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Filamentos de Emoção

 

*Lourenço Nisticò Sanches

 

Nesta época do ano, por toda parte e mesmo nos rincões mais esquecidos da Terra, somos todos envolvidos pelo clima que invade o planeta.

Fenômeno estranho e sutil aos poucos vai se assenhorando de nosso ser e sensibiliza nossas percepções – todas elas, ultrapassando mesmo as fronteiras meramente físicas e penetrando profundamente em nossa essência maior, em nossa alma.

Conscientemente nos apercebemos da razão que nos leva a comemorar a data mesmo sendo ela, historicamente, discutível em face do que efetivamente ocorreu, na distante Galileia.

Mas se o episódio a que se refere está sempre, diuturnamente, presente em nossas vidas, em nosso dia-a-dia..., qual então a explicação para essa quase que comoção que nos atinge, indistintamente a todos, não importando o credo, a raça, a nacionalidade, o sexo, a idade..., nada, enfim?

Penso que a explicação se encontra mesmo fora da matéria, além dos sentimentos mais físicos que possuímos como o frio, o calor e outros mais..., é algo definitivamente irresistível que alcança nossa alma, não como uma emoção fugaz de amor, de paixão – eterno enquanto dure, pois este, diferentemente, possui caráter definitivo.

A imensa maioria de nós, sensibilizados em suas "cordas mais finas" – experimentam sensações que têm haver com a psique, ou alma, e é então que se nos aflora a compaixão, o sentimento de fraternidade, a ternura, o desejo de perdoar..., exalta-se em nosso coração – compungindo-o, a vontade de nos achegarmos aos entes queridos..., aos que estão mais próximos e aos que se encontram distantes, aos que já partiram..., enfim, a solidariedade se apodera de cada um de nós e é aí então que percebemos quão pequenos e transitórios são os demais valores que nos dedicamos a perseguir, aqueles terrenos e amoedados, ou que cingem-se à matéria, tão somente. É também comum experimentarmos a nostalgia e a melancolia nesta época..., nas mais das vezes sem uma explicação que nos satisfaça por inteiro.

É de se refletir profundamente e sopesar o que classificamos como sendo os nossos valores, não aqueles que nos acompanham ao longo de todo ano, mas esses a que citamos e que provocam tamanha transformação em cada um de nós, tornando-nos mais brandos, mais leves, mais humanos... Quanta diferença isso poderá fazer em nossas vidas !

Mas, voltemos à comemoração que se avizinha; alguns podem chamar de consciência coletiva, entretanto de toda sorte, o fato é que nenhum de nós permanece "intocado" por essa onda avassaladora de paz e amor que cerca o orbe terreno; parece até que o céu está em festa... E está mesmo!

Encarnados e desencarnados confraternizam-se por meio do sentimento maior responsável pela Criação, e é com o amor verdadeiro que todos nos unimos, trocando e compartilhando as emoções mais nobres que conseguimos gerar, e todos entrelaçam intimamente seus filamentos de emoção, exalando um só sentimento: Amor !

Esforcemo-nos por caminhar assim, juntos, em cada singular momento dos nossos  dias e tenhamos a certeza de que apenas ao colocar em pratica os exemplos do Mestre Nazareno - estes que se nos arrebatam nesta época do ano - é que poderemos transformar a cada um de nós em pessoas melhores e, conseqüentemente mais felizes, elevando o padrão vibratório do planeta e fazendo com que ele venha a se constituir numa morada de paz, harmonia e progresso para toda a humanidade, indistintamente!

 

* Lourenço Nisticò Sanches - Marketing Adviser - Nielsen Intl. School, Suiça - Pesquisador, Cronista e Ensaista.

 

30 de novembro de 2011

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