Art&MusicaLSlides® "A preguiça mental e a "lei de Lavoisier"

A preguiça mental e a "lei de Lavoisier"

 

*Lourenço Nisticò Sanches

 

Muito se tem comentado acerca das necessidades básicas imperiosas ao desenvolvimento de nosso país e, posição unânime em todos os seguimentos da sociedade foca a educação, a cultura, infelizmente de há muito escassa e mal "distribuída" em Terra Brasilis.

Circulando pela WEB, encontramos textos diversos e apresentações utilizando recursos de movimento, além de som, com infindas matérias destacando o diferencial entre o Brasil e nações do chamado "primeiro mundo", sempre evidenciando o "ingrediente educação" como principal responsável pelas nossas mazelas e pelo distanciamento que nos separa de ditos países.

É uma preocupação latente e muito bem fundamentada, não resta dúvida!

Destaco, contudo, outro aspecto à nossa reflexão:

Ao observar o cotidiano – em todos os seguimentos e matizes da sociedade – nos defrontamos com aberrações como a "lei do tirar vantagem" (vulgarmente denominada "lei de Gerson"..., pobre figura que nada encarna semelhante comportamento) da antítese da "lei de Lavoisier", vergonhosamente enunciada como "nada se cria, tudo se copia", que apenas pecha a quem adota destoante lema como norma de conduta.

Dessa maneira, com o advento da Internet a prática da "lei do menor esforço" ganhou proporções gigantescas. Infelizmente as pessoas preferem perguntar às outras ao invés de estudar e buscar por si mesmo aprofundar seus conhecimentos, aprimorar sua cultura (ou adquiri-la !) e eliminar suas dúvidas sobre alguma questão ou matéria..., é mais cômodo usar do conhecimento alheio, não é mesmo!

Pasme-se, não mais existe a ânsia pelo saber, por adquirir conhecimentos! 

Lembro-me que há tempos quando integrava uma equipe de executivos em certa multinacional norte-americana, participei de uma simples discussão acerca de uma avaliação quantitativa (numérica) sobre questão específica. Cada um de nós tinha uma avaliação diferente. Nesse momento tirei minha régua de cálculo do bolso e imediatamente forneci o número exato; com isso, findando as "especulações. Destaco que naquela época, já não era hábito o uso desse instrumento de cálculo. Pois bem, um dos "colegas", cuja estimativa era bastante destoante das dos demais, disse: "ora, com régua de cálculo é fácil saber o resultado!" Diante dessa postura, eu lhe entreguei a régua e disse-lhe: pois então aqui a tem, faça você o cálculo e confirme o resultado que eu obtive! O mal estar foi criado quando ele ficou sem ação e, sem resposta pois não sabia manejar o antigo instrumento!

Será tal deformidade algo que tenha sido herdado de nossos pais? Estou seguro de que não!

Penso que a raiz da questão é comportamental, estimulada pelos péssimos exemplos que atualmente "invadem" os noticiários dando conta das bandalheiras e falcatruas que os "expoentes de nossa sociedade", quer na iniciativa privada, quer (e principalmente!) no governo protagonizam.

Na Internet os sites de busca passaram a valer dezenas de bilhões de dólares e essa realidade nos faz perceber apenas "a ponta do iceberg"..., efeito do mal que contaminou, que assola nossa gente, e que certamente produzirá frutos ainda mais amargos aos que vierem a nos suceder.

A inversão de valores é notória no Brasil de nossos dias, lamentavelmente – tanto em seus aspectos cultural quanto moral.

Reflitamos responsavelmente cada qual para dar sua parcela de contribuição às mudanças que urgem..., enquanto ainda há tempo!

 

15 de novembro de 2011

 

 

 

 

   

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