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ROTAS E CAMINHADAS

Milton R. Medran Moreira*

           Na rota de minhas caminhadas diárias, há um cursinho pré-vestibular. Me dói ver, quando ali passo, nos intervalos das aulas, umas menininhas fumando. Fixei-me, esses dias, na carinha bonita de uma delas. Loira, olhos azuis, a pele linda! Não devia ter mais que 17 anos. Quando a vi acender um cigarro, quase fui lá implorar que jogasse aquilo fora. Mas, como fazer? Arriscava-me a ouvir algo como: "Vai cuidar da tua vida, coroa".

            Você já viu como fica a pele de uma mulher, depois de fumar por uns 10 anos, por exemplo? Opaca, sem brilho, cheia de manchas. Haja cremes para disfarçar! Para alguém com 17 anos de idade, 10 ou 20 anos parecem uma eternidade. O importante é agora! Para mim, nesta altura da vida, o tempo passa voando. Daqui a 10 anos, pretendo estar ainda fazendo minhas caminhadas pelas ruas da Zona Sul. Se voltar a ver aquela menina, talvez não a reconheça. Mas, torço para que ela esteja acompanhando o quadro que o Dr. Dráuzio Varela criou para o Fantástico: "Brasil sem cigarro". Ele vem mostrando que é possível deixar de fumar. Está ajudando gente que fuma há anos. Mostra-lhes que sempre é tempo de parar. Há de ser ainda mais fácil para quem está entrando agora nessa fria. Como a garota do pré-vestibular.

            Vícios, como o álcool, as drogas, lícitas ou não, fazem mal ao corpo e à alma. Mas o tempo, implacável para com o corpo, joga sempre a favor do espírito. Renovar o pensamento, arejar a alma com ações saudáveis em favor da vida, corrigir os próprios defeitos, são ações que revigoram o espírito. Este não morre.  Trilhando os caminhos de idas e voltas, marcha rumo à beleza e à perfeição. E essa rota é a gente que traça, podendo corrigi-la sempre que se queira.

* Milton Rubens Medran Moreira é advogado, jornalista e Diretor do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre

(Artigo que será publicado no Diário Gaúcho da próxima terça-feira, 15.11.2011)