Art&MusicaLSlides® "A quem pertencerá nosso futuro?"
A quem pertencerá nosso futuro?
*Lourenço Nisticò Sanches >
Em 2002 observamos, muito provavelmente, o pleito presidencial mais importante desde há muito em nosso país; possivelmente o mais significativo após a chamada redemocratização.
O Brasil, por meio do voto democrático elegeu o candidato que representava a oposição ao governo de então; e em 2006, singrando por dentre inúmeros escândalos – sempre alegando ignorar o que efetivamente se passava nas salas ao lado de seu gabinete, o presidente fortaleceu brejeiramente seu alicerce político ao cortejar por um lado o poder financeiro, representado pelos banqueiros, e por outro o constituído pela imensa, e carente, massa popular formada pela maioria esmagadora dos eleitores em nosso país.
Proliferaram as "Bolsas Família" e outros benefícios populistas para a grande massa, e os aludidos "mensalões" para satisfação da sanha e gáudio da corte.
Não nos esqueçamos também da fala fácil e descompromissada invariavelmente planejada e vociferada pelo líder mor (reconheçamos..., comunicador nato!) durante os discursos ao modernoso contingente de "novos incluídos sociais", estes que desde a Roma Antiga sempre se saciaram com o panis et circus.
No calor desses acontecimentos a oposição – pasme-se, digladiava em suas entranhas, aparentemente buscando união de forças, mas na verdade o feudal individualismo de seus maiores expoentes prevalecia vicejando a desunião em suas hostes, enfraquecendo-a e, simploriamente, tornando mais fácil à situação seguir avante para viabilizar seus planos de manutenção do poder.
A estratégia surtiu o efeito almejado: conquistar novo mandato para um período de outros quatro anos, conforme previsto nos ditames de nossa Constituição.
O mágico ano de 2010 iniciou contemplando muitas alternativas para a situação – desde logo consideradas inviáveis e descartadas, para que um terceiro mandato se tornasse exequível; até a possibilidade de uma "extensão de mandato" – de 4 para 5 anos seguramente foi cogitada, afinal não seria a primeira vez que essa "manobra" ocorreria
Buscando na história mundial é fácil encontrar inúmeros exemplos da união entre o poder econômico e a massa para a conquista e manutenção do poder – democraticamente ou não, sob a astuta batuta de determinado grupo. Nosso país não fugiu à regra.
Com a queda sistemática de "bispos", "torres", "cavalos" e até de alguns "peões", a alternativa para tomar conta da "cadeira (melhor seria dizer poltrona) presidencial" não encontrou alternativa e, assim, materializou-se a ungida – personagem estranha aos meios políticos, mas não dos acólitos revolucionários surgidos durante os anos em que os militares governaram nosso país. De fato os membros dessas "alianças" autodenominados "defensores da democracia" permaneciam (e ainda se mantém) apinhados em cargos públicos e similares, ocupando postos em empresas estatais e paraestatais.
Como o Brasil é rico!
Novamente a oposição não conseguiu levar, com necessária competência, sua mensagem e o seu programa à nação; preferiu o caminho espinhoso do confronto, engatinhou na apresentação de seus positivos feitos aos eleitores e, aceitando o desafio matreiro, partiu para acusações que sequer embaçavam a simpatia daquele que a massa aplaudia, fortalecendo-o ainda mais!
Caíram na armadilha do plebiscito, da avaliação do "antes" e do "depois"... Restaram desarmados, ou melhor, tinham nas mãos para lutar um simples estilingue contra um poderoso míssel.
O resultado era previsível até ao mais ingênuo: a ungida foi coroada no pleito de 2010 e sentou-se na poltrona de líder maior da nação em 1º de janeiro de 2011 !
O conforto dessa poltrona é tentador e cativante..., ela está sendo guardada..., será mesmo?
Em muitos municípios também estarão sendo "escalados" respectivos "guardadores de cadeira" travestidos de prefeitos..., não tenhamos dúvidas sobre isso!
Neste ano teremos eleições municipais extremamente importantes, não apenas pelo que elas representam para o governo dos municípios, mas principalmente pela "base" que os partidos pretendem conquistar em dimensão nacional a fim de se fortalecer com vistas às eleições de 2014.
Sim, nós já estaremos participando ativamente do processo eleitoral que irá eleger o próximo Presidente da República.
Não esperemos que esse quadro nos seja abertamente revelado pelos políticos, pelo contrário ele será camuflado, mas subrepticiamente perseguido pelos partidos que já estarão fazendo seus compadrios e "acordos políticos" visando o futuro...
O futuro deles, mas também o nosso !
Temos que refletir bastante para que não venhamos a permanecer à margem de todo esse processo, mas sim que nos esforcemos para ser partícipes das decisões que influenciarão qual o tipo de governo que teremos para as nossas cidades, para os nossos estados e, em última instância, para o nosso país.
A oposição imagina-se, deve ter aprendido as duras lições que as sucessivas derrotas lhes proporcionaram e, quiçá, mineiramente com certo tempero nordestino – ao ritmo do frevo, já esteja se preparando para deixar de lado o "jogo de menino" com seu bodoque, e aprumar-se adequadamente para o enfrentamento que certamente virá – com ele ou... com quem mais possa vir a ser !
24 de fevereiro de 2012
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