Art&MusicaLSlides® LSlides - "Será assim tão curta a nossa vida?"


Será assim tão curta a nossa vida ?
Ao refletirmos no quão é efêmera nossa existência na matéria, considerando apenas o horizonte da presente vida material, somos – minimamente, forçados a proceder a uma série enorme de questionamentos, sobretudo acerca dos ensinos que nos foram transmitidos desde a infância, e que ainda hoje permanecem balizando nossa conduta, contemplando bem poucas modificações, ou "atualizações".
É bem verdade que estamos muito ocupados com os afazeres do dia-a-dia que acabam por consumir a maior parte do tempo disponível, quase nada restando para nós próprios, o famoso "tempo discricionário" – não confundir com ociosidade, que pode e deve ter uma utilização construtiva; este tempo é cada vez mais minguado.
Preocupamos-nos com a formação profissional, e com a sua permanente atualização, para estarmos aptos a integrar positiva e vitoriosamente o mundo globalizado e competitivo em que hoje vivemos..., somos forçados a pensar no hoje e também no amanhã...
Fazemos planos e nos esforçamos para concretizá-los, deixando de lado aquilo que não é tão imediatista e, por conseguinte, julgamos ser menos importante...
Os "apelos" da publicidade, mais do que nunca, determinaram o perfil de nossa sociedade: uma perfeita "sociedade de consumo", e como tal é vista pelas grandes empresas – apátridas em sua imensa maioria; desenvolvem, fabricam onde melhor lhes convém, e lançam em escala mundial seus produtos buscando granjear a preferência do público e aumentar seus patrimônios.
Naturalmente também nos referimos aos bens duráveis, i.e., carros, eletrônicos de última geração, viagens..., a conquista de nossa casa, ou apartamento onde desejamos morar, o clube social que desejamos freqüentar...
Estabelecemos nossa própria escala de valores, se assim podemos chamar, em conformidade com os objetivos que pretendemos alcançar e em total acordância aos ditames da modernidade, da sociedade da qual nos empenhamos tanto por dela fazer parte.
A posse dos bens materiais é efêmera, mas fazemo-la sobrepor-se a outros valores de cunho eminentemente espiritual e, portanto, perenes.
Circulam pela WEB inúmeros textos, mais ou menos elaborados, "falando" a respeito da importância que devemos dar à nossa felicidade – naturalmente relativa, tendo em vista o estágio evolutivo em que ora nos encontramos. Os textos, invariavelmente, orientam-nos para situarmos a felicidade no presente, não no passado, e não no futuro.
"Quando eu tinha isto ou aquilo, eu era feliz..., ou então quando eu conseguir tal coisa serei feliz"
Temos efetivamente que viver intensamente o presente, mas com responsabilidade; o que implica em projetarmos para o futuro o resultado – positivo ou negativo – de nosso comportamento e de nossas ações do presente.
Não me refiro tão somente ao tangível, ao material, aos bens classificados como "meu sonho de consumo"!
Ponderemos para o curto espaço de tempo da expectativa de uma vida saudável: 80 ou 90 anos?
Desses, quantos são dedicados à infância e à formação profissional? 20 ou 25 anos?
E o "outono" da vida? 25 ou 30 anos?
O que restou de vida efetivamente ativa e produtiva?
Pois "temos" que "abraçar o mundo em apenas 30 anos..., não mais do que isso! Temos pressa...!
Não é muito pouco tempo para despendermos tanta preocupação, tanta energia para conquistas que se cingem à matéria, e aqui permanecem após nossa partida?
Quanto desse tempo nos preocupamos com "o depois"?
Pois é..., seguimos os padrões e a "cartilha" que nos foi dada desde a infância e nela permanecemos sem ter tido tempo para nos aprofundar em conhecimentos que pudessem atender ao clamor da razão...
Cultivamos a fé, em conformidade com o que nos foi imposto, com os dogmas, não com o que deve merecer a atenção de nosso raciocinio; não passamos pelo cadinho de nossa razão questões de vital importância para que tenhamos plena consciência acerca de nós próprios, de nossa essência - esta que se sobreleva e sobrevive à matéria; de nossas responsabilidades e deveres.
Não pensamos, a não ser já no avançado de nossas vidas, na bagagem que devemos preparar para conosco levar ao "outro estágio" de nossa existência.
Luminares de todas as épocas nos trouxeram orientações seguras acerca da imortalidade de nossa essência, de nossa alma, de nosso espírito. Orientaram-nos acerca das responsabilidades que temos perante nosso Criador, perante nossos irmãos da Criação e, especialmente, perante nós próprios tendo em vista o progresso e a evolução a que todos estamos destinados.
Evidentemente buscamos o melhor para nossas vidas em termos materiais, e para aqueles que conosco convivem – nossa família, e nisso não se encontra qualquer mal, pelo contrário. Devemos sim nos esforçar observando rigorosamente os preceitos éticos e morais, aliados ao trabalho digno, para adquirirmos as facilidades e o conforto que desejarmos.
Entretanto não podemos minimizar a importância – esta que é prioritária, à conquista dos bens perenes que se constituirão na verdadeira riqueza que levaremos conosco para além desta curta existência.
Se temos a consciência de que nossa vida não se finda com a matéria, que somos imortais, não será de mediana inteligência que nos preocupemos também (senão primeiramente) com essa eternidade?
Se a nossa fé consegue, por meio da razão – raciocinada e sem dogmas, nos orientar para seguirmos os ensinamentos e os exemplos dos grandes mestres da humanidade, tendo como expoente maior Jesus, qual a razão de não praticarmos desde já – imediatamente – os exemplos de amor fraterno que ele nos deixou, de perdão e de auxílio ao próximo?
Serão essas as "qualidades" que tornarão mais robusta a nossa bagagem... Assim no-lo foi ensinado!
Comemoramos as datas magnas da cristandade, do judaísmo, do islamismo e de outras religiões, relembrando os ensinos e os feitos dos profetas, dos enviados divinos e depois voltamos à faina diária e aos nossos afazeres focados tão apenas nas conquistas efêmeras..., muitas vezes até acrescentando algumas notas de débito em nossa bagagem, infelizmente...!
O trabalho de auxílio fraterno, a dedicação de algumas horas por semana aos desvalidos de toda sorte não nos motiva... Temos outras coisas para nos preocupar, não é mesmo!
Desejamos um mundo melhor e temos que ter a consciência de que ele só se transformará por meio de nossas ações, de nosso exemplo e do esforço que dedicarmos para sua construção.
Certa vez um jornalista diante de Madre Tereza de Calcutá disse-lhe:
"Madre, a senhora já está com idade avançada..., e esse esforço todo..., a senhora é apenas uma gotinha d'água no oceano, não vai sanar todos os problemas que existem."
Madre Tereza respondeu:
"É verdade, sou apenas uma simples gotinha no oceano, mas asseguro-lhe que sem essa gotinha o oceano seria menor!"
Sejamos, pois o apoio, o amparo de tantos que se encontram carentes de um alento, de um auxílio, de uma boa palavra e, sobretudo, coloquemos em pratica os ensinamentos que nos foram transmitidos desde sempre pelos luminares da humanidade..., não foi por mero acaso que eles aportaram entre nós..., o Pai Eterno de Infinito Amor e Misericórdia no-los enviou para auxiliar-nos e nos orientar na caminhada rumo ao progresso e à evolução de nossos espíritos para a vida eterna que possuímos, todos nós!
Nossa vida é eterna, mas nossa existência na matéria é curta... Façamo-la construtiva, quanto mais cedo pudermos, convictos de que a verdadeira felicidade só conseguimos encontra-la na modificação do semblante amargo que conseguirmos transformar em serenidade e paz na face de cada ser, nosso irmão perante a Criação.
O segredo?
Amor !
3 de maio de 2012
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