Art&MusicaLSlides® "As geringonças modernas e os desvios de caráter"
As geringonças modernas e os desvios de caráter * Graham Bell certamente iria se revirar no túmulo de tanto contentamento ao saber que sua invenção, rejeitada por muitos lá nos primórdios do século XIX – posteriormente em 1956 desenvolvida e aprimorada pela Ericsson, é hoje mundialmente abundante no aparelhinho chamado telefone celular. Que fantástica evolução nas comunicações pessoais graças a essa maravilhosa invenção: o telefone celular. Os aparelhos modernos são tão sofisticados em seus recursos, i.e., tiram fotos, gravam filmes, gravam voz, comunicam-se via Internet, editam textos e enviam mensagens, acessam estações de rádio e TV, tocam música... Ufaa..., e até permitem fazer chamadas telefônicas! Um espanto! Temos que nos curvar ao óbvio, o homem alcançou um nível bastante elevado nas ciências e na tecnologia... Aparatos não param de ser inventados, e a sair das pranchetas, digo telas dos computadores, para as linhas de produção a fim de satisfazer a ânsia consumista de um mercado crescente por novidades. Difícil imaginar o que o futuro nos espera em termos desses avanços... Avanços? Coloco essa questão para evidenciar algo que deve servir de base, de alicerce, para o progresso e o desenvolvimento humano, desde sempre! Credita-se a Werner Von Braun a invenção da bomba atômica, aparato bélico voltado à destruição, entretanto o conhecimento mais profundo da atomística, por ele iniciado aos 12 anos de idade, tinha fins exclusivamente pacíficos, que trouxessem benefício à humanidade, não é mesmo! Igualmente pode-se citar Alberto Santos Dumont e os irmãos Wright, com relação ao aeroplano..., transformado em fantástica arma de guerra, alterou o mundo de então... Pois é assim que constatamos a ausência de algo imprescindível à verdadeira evolução da humanidade: o caminhar das pessoas em igual ritmo com a moral, a firmeza de caráter, o exercício dos bons princípios, a honestidade, em suma, o respeito, a educação e o amor ao próximo. É triste verificar como ainda nos encontramos distantes desses imprescindíveis postulados que há muito nos foram transmitidos... Parece até que estamos deles nos afastando mais e mais... Em 1866 uma empresa em Connecticut – USA criou o apelidado "Yellow Boy", o primeiro rifle de repetição do mundo; a Winchester não foi inventada, desenvolvida e fabricada para ceifar vidas, mas, infelizmente, foi a arma mais usada na guerra civil da revolução norte-americana em fins do século XIX. As invenções nada têm a ver com o mau uso que se lhes é dado por indivíduos inescrupulosos; a eles cabe a responsabilidade de seus atos contrários à moralidade aos bons costumes e aos ditames da lei. Já com a capital instalada em Brasília, entre 1983 e 1987, tivemos uma figura emblemática representada por um índio que se tornara deputado pelo PDT: Cacique Mário Juruna. Ele ficou conhecido por carregar consigo um gravador portátil (ainda não existiam os aparelhinhos celulares, mais potentes para gravação e que podem ser disfarçados no simples bolso de uma camisa) a fim de registrar as falas de seus pares políticos com o intuito de cobrá-los posteriormente. Verifica-se que neste caso do Deputado Mário Juruna encontrava-se presente a ética, visto que a gravação era feita às claras, sem desconhecimento de ninguém – não como agora se verifica..., tanto em locais públicos, como também em gabinetes, em escritórios e até em residências particulares onde as pessoas são recebidas supostamente como amigas, portanto, em confiança. Esses minúsculos aparelhinhos, que até servem para telefonar, são – muita vez, usados inescrupulosamente por indivíduos moralmente deficientes (para se dizer o mínimo!), a fim de fazerem gravações escusas; algumas delas com o objetivo matreiro e despudorado de se beneficiar do conhecimento profissional de terceiros, na tentativa de eles próprios executarem às escondidas, e na calada da noite, determinadas tarefas – mesmo que precariamente. Para tanto usurpam criminosamente, tal como o procedimento de um "espião industrial", o conhecimento – do qual não são pessoalmente possuidores, a fim de intentar a realização daquilo para o qual carecem da habilitação adequada. A esses indivíduos inescrupulosos, cabe lembrar a famosa estória do gato e da onça: Conta-se que certa vez uma onça estava observando a destreza do gato para apanhar suas presas. Tomada de certa inveja, pensou: Com meu tamanho e essa agilidade do gato, ninguém poderá comigo..., nenhuma presa me escapará..., nem mesmo o próprio gato! Matreiramente aproximou-se do gato buscando estabelecer vínculos de amizade; tanto fez que acabou por conseguir e, ato contínuo, pediu-lhe que ensinasse seus fantásticos e ágeis golpes. O gato, pacientemente, treinou a onça à exaustão. Em dado momento a onça sentindo-se totalmente treinada pelo gato, e apta a fim de agir com êxito por conta própria, buscou surpreender o gato e transformá-lo em sua primeira presa. Saltou-lhe por cima e, subitamente, o gato fez um movimento desconhecido pela onça, conseguindo safar-se. A onça, perplexa, disse então: esse salto você não me ensinou..., ao que ouviu do gato: Pois é, esse é o pulo do gato, e eu não o ensino para ninguém! A moral dessa história é clara e simples: Destaca-se que o orgulho provoca cegueira em quem o aninha em seu ser, fazendo com que cometa crasso engano ao subestimar as outras pessoas; bem por isso, lamentavelmente, no mundo atual devemos tomar o cuidado necessário para com os indivíduos que se nos aproximam ladinamente travestidos de amigos e, para concluir, recomenda-se jamais ensinar o "pulo do gato" para ninguém. Caráter, dignidade elevada e respeito devem nortear os passos do homem de bem... Aos demais lhes convém a amoralidade! O progresso e a evolução do saber, com suas louváveis conquistas e invenções para facilitar a vida moderna não devem servir de instrumento, ou de palco, para uso espúrio da "lei da vantagem a qualquer custo"... Esse comportamento não tem lugar entre aqueles que propugnam por uma moral sadia, condição primeira à condução da humanidade ao seu efetivo progresso. Por fim, submeto à reflexão o dito esculpido por Abraham Lincoln: "Pode-se enganar a muitos por algum tempo; pode-se mesmo enganar alguns por muito tempo. Mas não se pode enganar a todos por todo tempo." 9 de junho de 2012
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