Art&MusicaLSlides® "A que porto estamos nos encaminhando?"
A que porto estamos nos encaminhando?
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Em março último redigi o artigo - publicado em alguns "portais" da Internet e jornais, que intitulei "O PT, a sucuri e o nó górdio", ocasião em que comentei acerca da grave situação econômica mundial em que nos encontramos, especialmente a Europa, com inevitáveis reflexos ao nosso país; disse mais, detive-me em apontar a miopia que nosso governo apresenta ao adotar políticas econômicas auto-asfixiantes.
A dívida externa que havíamos zerado – papagaialmente vociferada pelo PT – já voltou, anulando o discurso mambembe usado eleitoralmente na mais recente campanha presidencial. Englobando as dívidas interna e externa, o Brasil deve atualmente 3 (três !) vezes mais do que se verificava quando Lula assumiu o poder.
Naturalmente essa não é uma situação confortável ao povo brasileiro, pelo contrário, faz-nos refém, tanto interna como externamente, de limites à aplicação de políticas econômicas tecnicamente salutares ao desenvolvimento do torrão tupiniquim. O capital especulativo apátrida (nacional e internacional) é o torniquete que nos freia.
Não bastasse essa situação, o governo, "magicamente" brada insensatamente aos quatro ventos que estamos "preparadíssimos" para enfrentar qualquer crise que nos advenha e, com isso, adota irresponsavelmente medidas paliativas de curto prazo a fim de estimular o consumo flexibilizando ainda mais o acesso da população ao crédito.
Faz mais, acaba de informar que irá injetar no mercado R$ 8,5 bilhões (antes estavam comprometidos R$ 1,8 bilhões) em compras de produtos – nacionais ou importados. Mesmo que estes últimos custem até 25% a mais do que os aqui produzidos! Dizem que são medidas para "azeitar" nossa economia..., pasme-se!
Ainda nesta semana os veículos de comunicação noticiaram que estamos importando livros didáticos – em português, da China...! Desnecessário qualquer comentário.
Estamos sim elevando o endividamento da nação, para gáudio dos banqueiros, sem o necessário benefício da imprescindível contrapartida em termos de efeitos perenes, de longo prazo, à população.
Na edição de ontem do jornal "O Globo" encontramos um lúcido artigo de Marco Antonio Villa – "O governo Dilma parece velho" que analisa o mesmo tema: administração pública – economia, política externa, e aponta para a incapacidade do atual governo, incluso todos os apaniguados do PT, em administrar o Brasil..., desde os falaciosos 8 anos de crescimento sustentável do ex-presidente Lula.
Estamos nos aproximando do "olho do furacão", portanto muito diferente da imagem que nos tem sido transmitida, senão vejamos:
O percentual de famílias brasileiras com dívidas aumentou para 57,3% em junho, ante 55,9% em maio, mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional), que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou nesta última quarta-feira (27.06.2012). Com ênfase para as famílias com renda inferior a 10 salários mínimos - a imensa maioria !
O que isso significa? Perigo iminente!
Incapacidade de honrar dívidas, inadimplência à vista (o índice já está se elevando, de acordo com a mesma pesquisa) com a conseqüente adoção de medidas restritivas pelos "donos do capital" - os banqueiros, naturalmente - ou então o "repasse de seus prejuízos" para o erário por meio de generosas concessões do governo, como habitual.
Ao povo brasileiro restará pagar a conta..., aliás, como sempre!
Nos Estados Unidos da América o Norte, a concessão exagerada de crédito, especialmente para a compra de imóveis, levou a maior economia do mundo à recessão com todos os seus maléficos efeitos, dentre eles o elevado nível do desemprego.
Neste ano ainda teremos eleições municipais quando ouviremos, por todo o território nacional, discursos pautados por temas desenvolvimentistas – em sua grande maioria sem qualquer lastro, efetuados por políticos comprometidos muito mais com o pessoal do que com o público, lamentavelmente.
Tal é a realidade do quadro que se divisa... Oxalá tenhamos a lucidez da razão, a disposição, a coragem e a competência para utilizar dos instrumentos democráticos a fim de corrigirmos o rumo de nosso país..., enquanto há tempo!
28 de junho de 2012
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