Art&MusicaLSlides® Milton Medran - Coluna da próxima terça-feira, 24.07, no Diário Gaúcho
CORAÇÃO E VIDA
* Milton Medran
Dizem que é no coração da gente que habitam o amor e o ódio, a bondade e a maldade e até a vida. Quando alguém morre, se diz simplesmente que seu coração parou de bater. Os poetas elegeram o coração como sede de todo o sentimento. Falar de coração é falar de amor. Quando nos referimos a uma pessoa insensível, dizemos que ela não tem coração. Se é generosa, afirmamos que tem um grande coração.
É, mas talvez as coisas não sejam bem assim. Os jornais publicaram, dias atrás, que o tcheco Jakub Halik está vivendo há quatro meses sem coração. Ele tinha um tumor maligno no órgão Por isso, seu coração foi retirado pelos médicos e substituído por duas bombas. Uma manda o sangue para a aorta, e a outra para os pulmões.
E assim segue vivendo Jakub: sem coração, mas, certamente, não sem amor. Ninguém pode viver sem amar. O amor é o dínamo da vida, a energia que movimenta os mundos.
Assim como o cérebro não é sede da inteligência, também o amor não mora no coração. Habita a alma de cada ser. É a própria essência do espírito. “O amor é o perfume da alma”, escreveu Dom Hélder Câmara, um homem que todos consideravam ter um grande coração, mas que, na verdade, era – e continua sendo – uma grande alma.
Há de chegar o momento, na vida de cada um, em que o coração vai deixar de bater. O cérebro, esse fantástico computador que comanda nosso corpo, cessará suas atividades. Mas, a vida, na sua verdadeira dimensão, pensamento/sentimentos, seguirá, ativa e íntegra, em outras dimensões do universo. Viver é bem mais que existir.
* Milton Rubens Medran Moreira é advogado, jornalista e Diretor do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre - RS
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