Art&MusicaLSlides® "Migrações da Alma"

Migrações da Alma

* Lourenço Nisticò Sanches

 

Tema presente na gênese de todas as filosofias religiosas, independentemente dos princípios abraçados, é a questão que nos remete à vida além do corpo físico – antes do nascimento na matéria, e o depois que esta se extingue.

Em verdade a preocupação maior foca o "para onde vamos", defendido pelas religiões por meio dos distintos postulados que alicerçam sua predica; o "antes" tem invariavelmente permanecido em segundo – ou terceiro, planos.

Enseja surpresa que esse imprescindível detalhe à vida seja relegado aos dogmas, ou às pretensas explicações e postulados úteis tão somente para justificar as teorias defendidas por essas mesmas religiões.

Preocupamo-nos com o "depois", mas questionamos: e a questão relativa ao "antes"? Como explicar?

Natural é que o homem priorize e estenda seu questionamento para o futuro de sua vida, considerando a teoria espiritualista defendida por todas as igrejas que crêem na vida após a morte física, mas não estarão as explicações, tão controversas, no anterior ao nosso nascimento, o da presente existência?

De fato, é de mediano saber que havemos de crer na continuidade da vida, na sua eternidade, a partir de um início que nos escapa ao entendimento e que se orienta para a permanente conquista do aprimoramento, da evolução, do progresso.

E se temos como referência os luminares da humanidade, de todos os tempos, passando pelas venerandas figuras dos filósofos helenos da Magna Grécia, pela sapiência de eminentes chineses, por iluminados hindus da civilização védica, pelos profetas do Antigo Testamento, por Jesus, e mais recentemente por Ghandi, verificamos que são unânimes os ensinamentos, e aconselhamentos, para que o homem se dedique a aperfeiçoar-se no campo da moral. É aonde ainda necessitamos nos empenhar para galgar os páramos da possível felicidade e realização que buscamos, e que nossa alma tanto aspira.

A pluralidade das existências na matéria é a explicação mais sensata que visa nos esclarecer e apontar para a oportunidade que necessitamos desse aprendizado, sendo, portanto, o recurso misericordioso da "escola" que se apresenta como forja para apararmos nossas arestas.

Faltas e mazelas essas que o livre arbítrio nos levou a gerá-las em face de ações contrárias á Lei do Amor que exaustivamente – há milênios, nos tem sido apontada como único caminho a seguir.

Não há mais tempo a perder, avancemos, pois...!

 

* Lourenço Nisticò Sanches - Humanista, livre pensador, pesquisador, cronista e articulista

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