Art&MusicaLSlides® Isabel - "GOSTO!"
Abraço
Isabel
Com a situação que vivi há um ano atrás, aliada ao facto de sempre ter tido pouca pachorra, deixei de pintar o meu cabelo para esconder os brancos. A princípio, não fazia a mínima ideia se iria gostar, mas, um belo dia, ao olhar para uma foto minha vi uma tonalidade linda nos meus cabelos: brancos-prateados e…aprendi a gostar de os ter.
Também pensei qual iria ser a reacção das pessoas, se iriam gostar ou não, mas pus essa “preocupação” de lado porque o que importava era a forma como me sentia. E, afinal, as reacções não foram bem o que esperava: se por um lado algumas (poucas) pessoas perguntavam-me porque razão não pintava os cabelos, por outro lado muitas pessoas comentaram que achavam que me ficavam bem, mesmo dizendo isto com algum ar de estranheza, como que descobrindo algo que nunca tinham reparado antes.
A ideia imposta pela sociedade de que os cabelos brancos dão um ar pesado e fazem uma pessoa velha, é, no meu entender, completamente errada. Tenho visto na rua pessoas de cabelo branco, ou sal-pimenta, com um aspecto alegremente jovem. E digo alegremente porque a face dessas pessoas demonstrava uma genuína felicidade que é raro ver-se hoje em dia.
Ainda me recordo de como me senti quando, aos 25 anos, vi o meu 1º cabelo branco…andei um pouco triste e …nada de TOCAR naquele cabelo, não fosse ele ser, por descuido, arrancado e, logo, logo, teria mais
Hoje, relembro esse episódio com um sorriso pois os meus cabelos brancos são tão somente a oportunidade que me foi dada de os poder ver mais claros e…..sabem? Em tempos, um sujeito disse, em tom de brincadeira, mas com sabedoria, que os seus cabelos não eram brancos e sim de um louro MUITO CLARO. Pois bem, eu estou a regressar à minha meninice: nasci loira e estou a estou a rejuvenescer a cada dia que passa. J
Portanto, a todos os que acham que devem esconder os seus cãs, digo-vos que chegou a altura de aceitarmos quem somos, como somos e, alegremente, “envelhecer” com um espírito sempre jovem.
Dora
Nunca trocaria os meus surpreendentes amigos, a minha vida maravilhosa, a minha amada família por menos cabelos brancos ou por uma barriga mais lisa. Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para comigo mesma, e menos crítica de mim mesma. Tornei-me no meu próprio amigo .. Não me censuro por comer uma bolacha a mais, ou por não fazer a cama, ou por ter comprado algo de que não necessitava, como uma escultura em cimento mas que parece arte "avant garde" no meu jardim. Tenho direito de ser desarrumada, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.
Quem me vai censurar se resolvo ficar a ler ou a jogar no computador até às quatro horas e dormir até ao meio-dia? Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 e 70, e se, ao mesmo tempo, desejo chorar por um amor perdido ... Eu choro.
Vou andar na praia com um fato-de-banho excessivamente esticado sobre o meu corpo e mergulhar nas ondas, apesar dos olhares penalizados dos outros.
Eles, também, vão envelhecer.
Eu sei que, às vezes, sou esquecida. Mas algumas coisas na vida devem ser esquecidas. Eu só me recordo das coisas importantes.
Claro, ao longo dos anos o meu coração foi partido. Como é possível não sentir o coração partido quando perdemos um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando o nosso amado animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.
Eu sou tão abençoada por ter vivido o suficiente para ter os meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos no meu rosto.
Muitos nunca riram, muitos morreram antes dos seus cabelos virarem prata.
Conforme se envelhece, é mais fácil ser-se positivo. Você preocupa-se menos com o que os outros pensam. Eu já não me questiono. Ganhei o direito de estar errada.
Assim, e para responder à sua pergunta: GOSTO DE SER VELHA. A idade libertou-me. Gosto da pessoa em que me tornei. Não vou viver para sempre, mas enquanto aqui estou, não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou a preocupar-me com o que poderei vir a ser. E, se me apetecer, vou comer sobremesa todos os dias.
VOU VIVER O RESTO DOS MEUS DIAS AO MÁXIMO!
(autora desconhecida)
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