27/09/2012

 às 18:24 \ Direto ao Ponto

 

O PT suspendeu por excesso de palco a turnê que acabou por falta de platéia

 

"Nunca fui de abandonar companheiro no meio do caminho", vive dizendo Lula. A bazófia é reiteradamente desmentida pela biografia. Para chegar ao Planalto, o ex-presidente livrou-se de meio mundo sem choro nem vela. Amigos dos tempos de sindicalista, fundadores do PT descontentes com os rumos impostos ao rebanho pelo pastor genioso, possíveis sucessores, parceiros sem vocação para a vassalagem ─ ficaram para trás todos os que ameaçaram obstruir, dificultar ou retardar a travessia da estrada principal. Desde sempre, Lula só foi incondicionalmente leal a Lula.

Essa marca de nascença nega a seus portadores o cultivo de afetos reais. Confrontados com o risco de naufrágio, caem fora até do barco que pilotam e abandonam à própria sorte os tripulantes que escolheram. É o que Lula acaba de fazer com a arca atulhada de candidatos a prefeito lançados ou apoiados pelo PT nas 20 capitais brasileiras. Todos em apuros nas pesquisas eleitorais, todos estavam à espera da visita do milagreiro das urnas para festejar a mudança dos ventos. O súbito cancelamento da turnê do palanque ambulante, anunciado nesta quarta-feira, recomenda que esperem sentados.

Diretor-geral da excursão, o companheiro Paulo Frateschi explicou que Lula suspendeu as viagens para dedicar-se à campanha de Fernando Haddad na capital paulista ─ e, se sobrar tempo, socorrer devotos em cidades vizinhas. Conversa fiada, corrige o comentário de 1 minuto para o site de VEJA. Alarmado com o fracasso das três primeiras apresentações, o piloto sumiu para escapar do abraço de afogado. Depois da estreia em Belo Horizonte, por exemplo, a situação de Patrus Ananias passou de difícil a desesperadora. Humberto Costa já é o terceiro colocado no Recife. A passagem do palanque ambulante poderia garantir-lhe a lanterninha.

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