Art&MusicaLSlides® "As metástases de um governo populista"
As metástases de um governo populista
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Certos políticos profissionais detentores de carisma pessoal e, portanto, simpáticos ao povo, utilizam-se sem pecha de todos os trajes, comuns aos antigos atores de teatros mambembes, a fim de que os figurinos, meticulosamente escolhidos, lhes caiam bem em qualquer tipo de apresentação, seja onde for, naturalmente variando para adequar-se ao perfil da platéia – e de seus ouvidos – em cada nova encenação, assim também a arenga vociferada.
Afinal, a intenção é agradar a todos, mesmo que as palavras ditas em sua teatralização estejam totalmente desvinculadas da realidade, do cumprimento de promessas e seu empenho pessoal, ou compromisso moral. Auto intitulados personalidades que encarnam as palavras da canção de Raul Seixas são "metamorfoses ambulantes" que possuem inata a capacidade de cativar a massa populesca servindo-se do velho ardil de eleger um inimigo comum – apesar de sua limitada inteligência e cultura beirando ao analfabetismo, inegavelmente sobra-lhes a astúcia. Em nossa fauna existem várias espécies predadoras de animais tal e qual, a maioria peçonhenta.
Chamam para si os holofotes e expõe-se qual ícones bem sucedidos da anti-cultura, provocando o despertar da comunidade internacional de certa curiosidade burlesca; chegam a destacá-los como "The Dude" – "O Tal – Os Tais", em bom português.
Em todas as épocas, desde que a história registra, indivíduos miméticos e amorais aproveitam-se das circunstâncias favoráveis de uma época para assumir o poder visando exclusivamente atender a interesses particulares, e acabam por estender por longos anos – às vezes décadas, os malefícios que causam a uma nação, especialmente em razão das metástases corruptoras que disseminam durante seu mandato, estas que se espalham por todo organismo estatal, exigindo longos anos e sacrifícios para tentar extirpá-las.
Há cerca de 70 anos tivemos no continente europeu um arremedo de pintor que provocou uma das maiores catástrofes internacionais – ceifando milhões de vidas – possuía ele os pré-requisitos populistas mencionados – argúcia, carisma, facilidade de comunicação em público, e também, ladinamente, elegeu um inimigo comum em momento particularmente propício que atravessava seu país.
Atualmente esse tipo de conflito, com as dimensões que teve, dificilmente voltaria a ocorrer, contudo o risco ao equilíbrio e ao desenvolvimento ainda persiste por meio de uma nova realidade mundial, a economia globalizada – destarte as diferenças entre as nações. Além do fato de ainda persistir a existência – cá e acolá, de governantes ao estilo "caudilho populista" que procuram perpetuar-se no poder. Intentam fazer de seus partidos quase que uma instituição nacional com o apelo de uma "pseudo nova ordem" a fim de que sempre tenha assento na cadeira presidencial um seu fantoche, ou mamulenga; Cuba é um bom exemplo..., temos outros.
Aos equívocos do povo ao eleger um mau governante, a independência e respeitabilidade dos três poderes em uma democracia é fator determinante para assegurar certo patamar de lisura no trato da coisa pública, e na política de implementação das medidas de governo, mesmo que o legislativo e o judiciário só sejam acionados tardiamente para corrigir e, eventualmente, punir os desmandos verificados no executivo, após a apuração e deslinde de fatos consumados em prejuízo da nação, inclusive os classificados como criminosos – assim como se deu com o processo 470 – o "mensalão".
O Brasil já atingiu sua maioridade e mesmo que o povo ainda não esteja totalmente politizado não mais é possível aceitar a política empírica e amoral praticada por certos espertalhões de ocasião, deixando que fatos pontuais nos desviem do rumo seguro norteado para o crescimento sustentável, o desenvolvimento e o bem-estar da população. Temos que voltar nossa atenção para o duradouro, para o perene, para a honradez, o brio e a firmeza de caráter – imprescindíveis aos nossos governantes, condição única para o fortalecimento da nação brasileira e da construção de seu futuro promissor..., de nosso futuro e de todos que irão nos suceder.
Pensemos nisso em cada dia, não apenas nos períodos que antecedem as eleições..., consolidemos em nossas mentes a realidade de que o Brasil precisa de uma nova ordem sim, contudo ela não se abriga em nenhum partido político em particular, mas deve estar presente em cada cidadão como característica intrínseca de seu caráter e, especialmente em nossos governantes , chama-se dignidade!
Cabe à cada um de nós incorporar substantivamente o amor à pátria e o colocarmos em prática em cada ato..., desde já.
24 de novembro de 2012
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