Tudo sobre tudo

Democracia rima com Responsabilidade

* Lourenço Nisticò Sanches

Ao retornar das férias de final de ano/início de 2013 e voltando à faina diária, busquei inteirar-me das notícias e dos acontecimentos mais importantes, especialmente em nosso país, ocorridas no transcorrer do último mês.

Tristemente destaco, em especial, algo que me deixou estarrecido e indignado: noticiou-se amplamente que muitas das prefeituras de nosso interior – notadamente as localizadas nos estados do nordeste, onde os prefeitos não conseguiram se reeleger, ou eleger seus "apadrinhados", foram literalmente abandonadas a partir de outubro último. Mais ainda, funcionários restaram sem pagamento dos salários, os recursos existentes nos cofres públicos estranhamente desapareceram... Teriam sido utilizados para honrar compromissos do município? As contas, contudo, não fecham...

Enigma a ser apurado. Será?

Contrariamente à postura que, lamentavelmente, ainda observamos por parte de alguns políticos – maus políticos evidentemente, os bens públicos, da Prefeitura, pertencem ao município, ao povo de cada cidade, e não àqueles que fizeram de seus cargos - enquanto prefeitos, uma espécie de capitania hereditária, empoleirando-se em suas poltronas como se delas fossem seus Donatários.

A democracia sustenta-se na livre e soberana escolha dos representantes do povo por meio do voto e pela alternância do poder. A Carta Magna – nossa Constituição, assim declara.

Já foi dito que a democracia é o menos pior dos regimes políticos, entretanto ela exige responsabilidade por parte de cada cidadão e, notadamente, dos políticos que pretendem exercer seus cargos com irrepreensível higidez e probidade em cada singular ato praticado durante sua administração – do primeiro ao último dia do mandato, este que lhe foi concedido pelo povo!

Extremamente triste e danoso para a população, para o progresso e o desenvolvimento do país, ainda convivermos com tamanha inconseqüência, resultante do comportamento de todos aqueles que buscaram ocupar os cargos públicos não para servir a população, mas sim para dela se servir.

Será que teremos que instaurar inúmeros processos – como o que ficou conhecido como "mensalão" – em nível municipal para apontar responsabilidades pelos malfeitos, punir culpados, e assegurar o inalienável direito ao povo de ser governado com honradez e probidade?

Quando será que o povo brasileiro irá acordar para não mais dar ouvido às ladainhas vociferadas por oportunistas de momento – em época de campanha eleitoral, a fim de matreiramente tentar enganar o povo e depois de eleitos dizer, a exemplo de Justo Veríssimo inesquecível personagem do saudoso Chico Anísio: "Quero que o povo se exploda!"

* Lourenço Nisticò Sanches: Consultor Estratégico, empresarial e político – especialista em Marketing, pesquisador, cronista e articulista.