Art&MusicaLSlides® Milton Medran - "Coluna Diário Gaúcho 12/março/2013"

 

PAULA FERNANDES E O ESPIRITISMO

* Milton Medran

Paula Fernandes foi delicada diante do boicote que algumas pessoas prometeram fazer aos seus discos, DVDs e espetáculos, depois que ela se declarou espírita. No seu twitter, em resposta a um ex-fã que disse haver destruído suas gravações, porque eram a "porta para satanás", Paula questionou: "Respeito ou preconceito? O que a Bíblia prega? Viva a liberdade de expressão!".

            Tudo começou no programa de TV de João Dória Jr., onde Paula declarou: "Eu sinto que não componho sozinha". Disse que, quando lê versos por ela escritos, se depara com palavras que sequer conhece: "Então, de onde vem isso?" - perguntou. Afirmou que a doutrina espírita justifica muitas coisas que ela sente, inclusive, seu dom de compor.

            A poeta venezuelana Rosa Virgínia Martinez escreveu certa vez: "Tenho escutado vozes estranhas dentro de mim. Não são do vento, nem da gente. Não são do rio, nem de meu sangue. Vozes que chegam quem sabe como, de alguma esfera, de outro plano bem superior". O escritor Jon Aizpúrua, também da Venezuela, no livro "O Espiritismo e a Criação Poética" registra: "A mediunidade coloca o artista em sintonia com essências superiores, de onde a inteligência emana pura e luminosa com o fim de dar substância e realidade ao verdadeiro conhecimento do Homem e do Espírito".

            Não é necessário ser espírita para vivenciar essa sutil realidade. Poetas, compositores, pintores, escultores, artistas de todo o gênero, sentem-se envolvidos por ela. Podemos chamar isso simplesmente de inspiração. Mas para muitos é algo mais. Algo real e concreto que lhes penetra a alma, deixando a sensação de que a arte tem morada em esferas superiores, com as quais almas delicadas, como a de Paula, estão em permanente sintonia.

 

* Milton Rubens Medran Moreira - Advogado e jornalista. Presidente do Centro Cultural Espírita de porto Alegre - RS.

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