Art&MusicaLSlides® "Sussurros da Alma"

Sussurros da Alma

 

*Lourenço N.  Sanches

 

Quase sem nos apercebermos, ao menos conscientemente, mantemos estreita e ininterrupta conexão com nossa essência, esta que é eterna "sobrexistindo" à efêmera veste carnal.

Somos indivíduos "animados": anima = alma. Sim, possuímos além do denso corpo físico uma alma, singular, personalíssima e indivisível.

É exatamente nesse ser imaterial que se encontra o repositório de todas as conquistas advindas de incontáveis experiências já vivenciadas na matéria, assim também daquelas orientações e ensinos absorvidos quando no mundo invisível aos olhos materiais; podemos chamá-lo de erraticidade em face do atual estágio evolutivo no qual nos encontramos sendo, portanto, essa a denominação apropriada que designa o "local" do intervalo que permeia as sucessivas reencarnações às quais nossos espíritos estão atrelados, ou "matriculados", para o seu aprendizado com vistas ao progresso e evolução – em todos os campos.

Cinjamo-nos, contudo, a buscar a forma pela qual a sensibilidade se nos manifesta – em níveis distintos a cada indivíduo, compatíveis com seu grau de percepção, estas que são oriundas de conquistas na escalada evolutiva, notadamente no campo moral.

Não sendo produto da massa cinzenta que constitui o cérebro humano, ou de qualquer outro órgão, mas sim deles fazendo uso a fim de manifestar no corpo físico o resultado do estímulo das mais diversas situações que nos impressionam, verificamos que é exatamente o corpo etéreo – alma, o responsável por acionar os recursos materiais de que dispõe o aparelho somático. Além do aspecto comportamental, nossos órgãos "falam".

As distintas manifestações emocionais, quer de alegria e satisfação ou de tristeza, angústia e até depressão – passando por todo o espectro e diferentes intensidades desses sentimentos, afloram provocando alterações comportamentais; momentâneas, assim também de médio e longo prazos, nestas últimas auxiliam o estudo e a identificação, sob o enfoque psicológico, do indivíduo, visto ser esse o objetivo da ciência que estuda seu comportamento.

Tão vasto quanto profundo é o tema... Restringimo-nos unicamente a voltar nossa atenção para as reações da ternura e docilidade, desejáveis no relacionamento entre todos os indivíduos, especialmente junto àqueles que na matéria constituem a família: pai, mãe, filhos, irmãos...

É esse comportamento afetivo intimamente ligado à mansuetude que atesta a conquista da "afinação" necessária à nobreza de sensibilidade da alma.

Naturalmente nos referimos ao amor fraternal, sobrepondo-se ao habitualmente presente entre os casais, este que deve permear toda a Criação e que exemplarmente nos foi ensinado por luminares de todos os tempos, em particular pelo meigo Rabi da Galiléia.

É muito difícil desatrelar o comportamento terno e carinhoso da alma sensível, por ser esse o seu natural...

O sentimento de afeto está presente no ser humano e também em seus irmãos menores da Criação, em nossos companheiros ditos irracionais; incessantemente eles nos oferecem provas inequívocas, notadamente os animais domésticos, e em especial os cães.

Encontramo-nos, desde sempre, comprometidos com o desenvolvimento intelectual, moral e emocional a fim de possibilitar o progresso espiritual, de nossa essência, tarefa que exige o esforço consciente para superar em nós próprios rudezas de comportamento.

Tenhamos firmeza nas atitudes e em nossos bons propósitos, mas freemos os impulsos que se verifiquem dissociados com a brandura, a "maciez", junto aos nossos afins e incorporemos a docilidade como norma de procedimento.

A "voz interior" que constantemente "fala" à nossa alma, em sono e em vigília, passará também a ternamente nos sussurrar seu carinho...

 

* Lourenço Nisticò SanchesProfissional de Marketing, pesquisador, cronista e articulista

 

26 de abril de 2013

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