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Lenda da Cigana das Danças Circulares 

Há anos atrás, uma caravana de ciganos, muito unidos, armou acampamento numa vila. O problema é que naquela aldeia morava Risoleta, uma mulher muito amarga, que tinha inveja e fazia intriga com todas as pessoas do lugarejo porque o prazer dela era causar desarmonia e guerra entre as pessoas. A família desta moça tinha tentado de tudo: médicos e exorcismos com padres. Mas, nada adiantou.
Até que Albertina, mãe de Risoleta, soube que um grupo de ciganos tinha acampado perto da cidade e que eles faziam tratamentos místicos nas pessoas doentes. Deste jeito ela levou a sua filha até a shuvani, uma espécie de maga, daquele clã.
Porém quando Risoleta colocou os pés naquele acampamento, alguns ciganos sentiram depressão e outros ficaram irritados.
A shuvani fez vários rituais e isto durou horas. Até que de noite, as pacientes se retiraram do local.
O problema é que horas depois, fenômenos estranhos começaram a acontecer. A cigana Nina acusou Azaléa, sua irmã, de ter roubado sua saia só porque não conseguia achar a  veste. O cigano Álvaro caluniou, injustamente, Roberto, seu irmão, de cobiçar a sua noiva e os dois partiram para um duelo. A partir destes fatos, os outros ciganos começaram a brigar entre si, muitas vezes, por motivos sem fundamentos lógicos.
Logo, uma ciganinha chamada Amparita entrou em crise nervosa e resolveu orar no bosque. Então, ela chegou na floresta e ficou de joelhos. Quando, de repente, Santa Sara apareceu e disse-lhe:
- Por favor, menina, não se desespere...
- Seu acampamento foi tomado por uma grande energia negativa que uma consulente deixou lá. Mas, para isto há uma solução: danças circulares. Pois, este tipo de dança tem o poder de unir as pessoas, e, principalmente os familiares. Só este tipo de balé é capaz de destruir feitiços endossados por sentimentos como inveja e despeito. Agora, pegue na minha mão que eu lhe ensinarei alguns passos e quando voltar ao acampamento dance com todos.
Amparita obedeceu à Santa. Assim, após aprender as danças, a menina voltou ao acampamento e gritou:
- Chega !
- Agora todo nós vamos dançar!
- Segurem uns nas mãos dos outros!
Após dizer estas palavras, todos os ciganos começaram a bailar as coreografias circulares. A magia foi tanta que a roda, em alguns momentos, transformou-se em figuras místicas como: a estrela de seis pontas e a meia-lua.
Depois de três horas de danças, a harmonia voltou ao acampamento e os ciganos pararam de brigar.
Reza a lenda que se um grupo dançar a coreografia da cigana Amparita, a força deste balé expulsa as energias negativas do local. As dicas de como bailar, estão abaixo:
- Reúna sua equipe e faça uma roda com todos os seres de mãos dadas e braços esticados.
- Primeiro, parados, mexam os corpos com as duas pontas dos pés.
- Cruzem o pés direitos na frente e coloquem o pés esquerdos atrás.
- Coloquem os pés esquerdos na frente e os direitos atrás .
- Cruzem os pés andando sem desfazer a roda.
- Depois deem um chutinho com os pés esquerdos para dentro da roda.
- Deem mais um chutinho, agora, com os pés direitos para dentro da roda.
- Após isto, todos devem entrar para dentro da roda, diminuindo-a, quase encostando um rosto no outro. Depois, exclamem:
- " Optchá ! "
- Voltem a roda normal.
- Larguem as mãos , para cada um girar no mesmo lugar.
- Após isto, todos precisam bater: palmas, três vezes os pés diretos e três vezes o pés direitos. Depois procurem exclamar:
- Que a cigana Amparito abençoe este recinto!
Luciana do Rocio Mallon 






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