Art&MusicaLSlides® "Família... O 'eu' plural"

Família... O ‘eu’ plural

 

*Lourenço Nisticò Sanches

 

Alguns indivíduos consideram a família, como tal, somente aqueles membros que se lhes possuem ligação umbilical - literalmente, ou que são pertencentes da ascendência direta de suas vidas, ou ainda quando se verifica a participação física, como cônjuges, a fim de contribuir para gerar suas descendências.

Assim, para eles, ou elas, o estreito círculo abarca exclusivamente os pais, cônjuge, filhos e netos – quando os há. Demais integrantes, irmãos, cunhados, sobrinhos, tios, primos..., e até avós, só recebem alguma aproximação quando a conveniência reclama – nada tendo a ver com o amor, conseguintemente.

Os folhetins exibidos nas emissoras de TV invariavelmente exploram essa verdadeira aberração por parte de alguns indivíduos que tudo fazem – até usando da vileza de atos inconfessos, na tentativa de conseguir a preferência da atenção e do afeto dos genitores em detrimento de irmãos; flagrante exteriorização de desvios que apenas a pluralidade das existências consegue bem explicar.

Triste e perturbador quadro exemplificando a ausência dos sentimentos mais nobres que o Criador semeou no homem, e da absoluta inobservância da Lei do Amor que Jesus nos transmitiu e tão bem exemplificou – ainda nem todos a absorveram, desafortunadamente.

Considerando a longa estrada em que a humanidade se encontra, como viajores em busca do progresso e da evolução, a postura dissonante de tais indivíduos situa-os em posição muito mais próxima à verificada no reino animal do que no hominal, onde naquele primeiro a prevalência dos instintos em nossos irmãos menores da Criação é dominante; todavia, não sem termos – vez por outra, sido noticiados de nobres exceções entre os ditos irracionais.

As maiores chagas da humanidade – o orgulho e o egoísmo, com seus inúmeros corolários, como o ciúme e a inveja, respondem pelas mazelas das quais o homem ainda não conseguiu se libertar, permanecendo no culto ao egocentrismo sem se aperceber do quão nefasto é esse comportamento... Para com os que Deus em Sua misericórdia permitiu participar de suas vidas no circulo familiar e, principalmente, para consigo mesmos por não aproveitarem a oportunidade concedida pelo Pai, tendo em vista os compromissos diante da vida eterna aos quais estamos todos engajados.

Esquecem-se de que temos – desde o pretérito, inalienáveis ligações uns para com os outros, responsabilidades que transcendem a perecível matéria da presente vida. Ninguém nasce cá ou acolá por obra do acaso, isto é certo, e o ‘Evangelho segundo o Espiritismo’ nos esclarece bem sobre o tema, particularmente no Cap. XIV.

O aconchego e o amor fraterno que permeia gostosamente os integrantes das famílias espirituais, formadas pela similitude de vibrações, observa o afastamento compulsório daqueles que não conseguiram lhes acompanhar o progresso, obrigando-os ao distanciamento temporário para o enfrentamento das provas de que carecem e, se bem sucedidos, conquistar a possibilidade de retorno ao carinhoso regaço dos seus afetos.

Não é, portanto, senão a equivalente consonância do nível moral de evolução o agregador dos seres, tendo como elemento principal o amor incondicional para formar o sólido amálgama fraterno que envolve as individualidades componentes de cada família espiritual formada.

Valorizemos em nossa vida as amizades, os relacionamentos todos e, especialmente, cada ser que divide conosco a existência consanguínia na qualidade de familiar, seja mais ou menos próximo...

E em nosso próprio benefício, sempre que exigido tenhamos a paciência necessária, a caridade e o amor fraterno como divisas..., nossa família será grata e grandemente fortalecida desde esta vida e, certamente, mais ainda no Mundo Maior!

 

*Lourenço Nisticò Sanches

         LNSanches@terra.com.br

7 de novembro de 2013

 

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