Art&MusicaLSlides® Alamar - "Por que eles não se comunicam?"
Manifestações de um polêmico Por que eles não se comunicam? Qualquer espírita que estudou Allan Kardec, que entendeu Allan Kardec e que teve o trabalho de observar bem como ele se comportava, enquanto praticante da doutrina que os espíritos superiores mandaram ao mundo por seu intermédio, observa que um dos direitos que ele mais recomendou que não abríssemos mão era o de questionar, chegando a afirmar que era dever de todo espírita, antes de aceitar qualquer argumentação sobre qualquer fato e coisa. Por ser uma doutrina desprovida de dogmas e de qualquer “porque sim” e “porque não”, sem dar a menor importância aos preguiçosos e acomodados que me rotulam como polêmico, estou aqui novamente a questionar algo, para apreciação, reflexão e conclusão de todos os meus leitores. Por que eles não se comunicam? Eles quem, Alamar? O “carro chefe” do Espiritismo, ao chegar ao mundo, era a comunicação dos chamados mortos com os chamados vivos. Todo mundo sabe muito bem disto, inclusive essa possibilidade no princípio era considerada como fenômeno, posto que para o mundo daquele tempo de fato o era, pois que esse negócio de morto falar não poderia ser considerando senão como fenômeno. Fenômeno das mesas girantes, escrita pela cestinha de bico – ô coisa horrorosa aquela cestinha – mortos mandando ensinamentos através daquelas jovens adolescentes, tudo aquilo era fenômeno mesmo, chamava a atenção até que finalmente, por várias evidências, muita gente passou a comprovar que de fato os espíritos se comunicavam conosco. Claro. Espíritos nobres que animaram pessoas respeitáveis e até famosas colaboraram com entusiasmo para firmarem a nova doutrina: Vianney, o Cura D’Ars, Vicente de Paula, Sócrates, Platão, Erasto, Agostinho, Lacordaire, Francisco Nicolau Madeleine, Sansão, Fénelon, Delphine de Girardini, Francisco de Genebra, Bernardin, São Luis, Adolfo Bispo de Argel, Lázaro, Simeão, Paulo, Dufêtre, Pascal, Lamennais, Júlio Olivier... e um monte de outros trouxeram as suas marcas, com mensagens que encantaram a todos. Centenas de espíritos, através de vários médiuns, em várias localidades. É óbvio que o número de mensagens chegadas a Kardec foi muito maior que as que são conhecidas pelos espíritas que se limitam a “estudar” apenas cinco livros da codificação; a Revista Espírita está cheia delas e centenas são os espíritos. Várias pessoas ilustres, da época, acompanharam a chegada da doutrina e participaram ativamente do seu desenvolvimento: Gabriel Delanne, Camile Flamarion, Ernesto Bozzano, Gustave Gelley, Isac Akzakov, Darwin, Crooks, Cesare Lombroso, Sr. Fortier, Madame Plainemaison, Sr. Carlote, Sr. Roger, Amelie Boudet, toda a família Boudin, René Talander, Victorien Sardou, Lachatre, Armand Théodore, Pierre Paul Didier, família Japhet, etc... veio também Léon Denis, Andrew Jackson Davis e vários outros prestarem às suas contribuições. Tivemos também precursores notáveis que se empenharam ao máximo para que a doutrina dos espíritos chegasse ao mundo: Swedenborg, Franz Anton Mesmer e outros. Se formos fazer um estudo aprimorado vamos perceber que foram mais de mil espíritos, entre desencarnados e encarnados da época, todos com bastante entusiasmo pela revelação trazida à humanidade, com um compromisso enorme, pois se tratava de uma iniciativa de Deus, sob a coordenação do Espírito da Verdade, que na minha opinião pessoal e de vários espíritas que os considero ilustres era o próprio Jesus. Pois bem. Kardec desencarnou logo, com apenas 64 anos de idade. Eu acho que foi cedo demais, porque ele poderia ter ficado aqui até os noventa anos e imagino o que faria, com toda aquela competência e disposição para aperfeiçoar os seus conceitos sempre, sem medo inclusive de mudar de idéia. A desencarnação precoce dele terminou sendo um desastre para o Espiritismo. Primeiro que a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, criada por ele, já vinha dividida ha um bom tempo, inclusive com um grupo muito forte fazendo oposição a ele, oposição tão ferrenha a ponto de fazerem esforços para denegrir o seu nome, com aquelas acusações de presunçoso, vaidoso, querer aparecer à custa do espiritismo e ficar rico à custa da doutrina. Depois da desencarnação foi um “Deus nos acuda”, naquela disputa por cargo que sempre existiu e continua existindo até hoje por diretorias dos centros, prevalecendo exatamente aqueles que foram divergentes do Mestre. Pra começar acabaram logo com aquilo que Kardec mais amava e mais tinha carinho, que era a Revista Espírita que não chegou a ter nem mais um ano de circulação, apesar dos inúmeros assinantes que ela tinha no mundo inteiro, número esse cada vez mais crescente. Era uma demonstração de que o novo modelo de espiritismo inventado por aqueles divergentes não teria qualquer compromisso com a divulgação da doutrina, o que prevalece até hoje. Os mais chegados a Kardec eram relegados a segundo plano. O espiritismo murchou na Europa, ninguém queria saber daquele modelo igrejeiro implantado, posto que o “produto bom” era aquele conforme o modelo de Kardec. Aqui no Brasil, por exemplo, todo aquele que insistisse em praticar conforme Kardec queria era também alijado, a exemplo de Luiz Olympio Teles de Menezes que foi totalmente desprezado na Bahia, se mudou para o Rio de Janeiro, acreditando que lá pudesse desenvolver o seu trabalho com fidelidade ao Mestre, quando enfrentou uma situação pior ainda, sendo totalmente abandonado, humilhado e esquecido até hoje. Agora vem o pior. Observem bem que coisa mais impressionante: Lembra daqueles espíritos que eu citei aqui, como Lacordeire, Vianey, Pascal, Vicente de Paula, Agostinho, Fenélon, Delphine, etc??? Lembra também de vários que conviveram na época de Kardec, como Dellane, Flamarion, Bozzano, Roger, Carlote, etc...? Pois é. Nunca mais nenhum deles se comunicou. É aí que está a razão deste meu artigo. Por que eles nunca mais se comunicaram? Perderam a empolgação inicial que tinham pelo Espiritismo? Simplesmente resolveram, todos, optarem pela omissão em relação ao desenvolvimento da nova doutrina que partiu do próprio Deus para melhorar moralmente a humanidade? Esqueceram, todos eles, que poderiam se utilizar de médiuns para se comunicarem conosco? Não dá para aceitar que aquele montão de gente, centenas e talvez mais de mil, com tanto amor e tanta empolgação pela nova doutrina simplesmente se recusariam ou não quereriam se comunicar nunca mais conosco. Não é muito estranho? Aí vêm alguns daqueles que acham que tem explicação para tudo pra dizer: - “Ah, Alamar, mas aqueles espíritos poderiam muito bem estar encarnados” Uai, mas todos? Consideremos outro aspecto: A média de vida do homem encarnado hoje é de Ora. Se já se passaram mais de 150 anos, ainda que alguns deles tivessem passado por alguma encarnação, já não era para estarem desencarnados de novo? Ou será que nesse processo de reencarnação e desencarnação, deixaram de ser espíritas, esqueceram tudo o que aprenderam ou deixaram de gostar daquilo que tanto amaram? Outro dia quando eu questionava isto num seminário que dei, um participante veio com uma argumentação de que aqueles espíritos já poderiam ter sido transferidos para um mundo mais avançado. Eu fiz a ele a mesma pergunta que faço aqui: Todos eles? Se o próprio Jesus, com a evolução que tinha, se fez presente com a identificação de Espírito da Verdade, que sensatez teria uma argumentação de que todos aqueles espíritos, no espaço de menos de um século tivessem sido transferidos para um Mundo Superior? Só tínhamos anjos, naquele tempo? Lachatre, as meninas Japhet, Ermance, seu Fortier e todo aquele povo foram para um Mundo Superior? Só rindo. Observem um detalhe: O nosso movimento espírita, ao longo de décadas, vem sendo conduzido à base de mensagens e instruções de André Luiz, Emmanuel, Humberto de Campos, Joanna de Ângelis, Manoel Philomeno de Miranda e mais um, dois ou três espíritos em menor intensidade. Eu sei que não é qualquer espírita que tem coragem de levar em frente um tema deste, porque muita gente até morre de medo de abrir a boca em nosso movimento, mas já que eu não estou inserido nesse universo medroso, questionemos: Por mais amáveis, respeitáveis, nobres e ilustres esses espíritos citados, perguntemos: Por que só eles? Por que não temos Lacordaire, Erasto, Vianey, Fenelon, Dellane, Flamarion, Madame Plainemaison, Amélie Boudet, Bozzano, Gelley e o próprio Allan Kardec? Sei que ninguém vai me dar reposta nenhuma, mas eu tenho uma: Com certeza, se algum desses se atrever a nos trazer alguma mensagem os espíritas não vão aceitar. Tenho ou não tenho razão? O médium será massacrado e, caso se atreva a escrever algum livro, esse será proibido, principalmente pelas casas do sistema federativo e ele também será proibido de falar. Estou exagerando? Alguns supostos conhecedores exclusivos da doutrina, aqueles que acham que somente eles conhecem o espiritismo, mandarão os seus artigos e as suas campanhas pela Internet acabando com as mensagens, com os médiuns e com as editoras que publicaram a obra. Olhe: a Ermance Dufaux e as irmãs Japhet resolveram trazer mensagens, meu irmão. - Não aceitamos! Não pode ser elas, pois elas jamais escreveriam qualquer mensagem. - Mas meu irmão, elas não tiveram papel fundamental no processo? - Não importa! Elas não falarão nunca. É assim que a coisa acontece. Se vocês analisarem bem, não há um médium, sequer, no Brasil ou no exterior, que os espíritas aceitariam como intermediário para receber qualquer mensagem desses espíritos. Se escrever apenas “Que a Paz de Deus esteja com todos” e assinar Fénelon, por exemplo, será rejeitada NA HORA. Não tem argumentação. Mensagem de espírito, em centro espírita, só não é recusada se viver de espírito sofredor, revoltado ou vingativo. Poucas são as exceções, mesmo assim se vier de espírito que não seja muito famoso. - Ah, mas se viessem através do Divaldo? Você é que pensa que Divaldo é unanimidade no meio espírita, mesmo com toda a bagagem extraordinária que ele tem e por tudo o que já demonstrou para todos nós. NINGUÉM, absolutamente NINGUÉM, para o movimento espírita está preparado para receber mensagens que eles possam afirmar que é confiável. A conclusão que chegamos é que, apesar da mediunidade ser fato e uma realidade na teoria dos espíritas, eles são os primeiros a não confiarem nos médiuns. E eles, os médiuns, por conta disto, vivem tensos e morrendo de medo de serem surpreendidos com alguma mensagem assinada por um desses espíritos, porque sabem muito bem que as línguas de muitos estarão afiadas para acabar com eles. É ou não é assim? Dá agora para começar a despertar uma ideiazinha do porquê não temos comunicações desses espíritos? Por outro lado façamos mais um questionamento: Já que os melhores espíritos contemporâneos de Kardec, que pensavam como ele, que gostavam do modelo que ele apresentou para que o Espiritismo fosse conduzido, e que viram de perto o que fizeram com ele na época e o modelo que prevaleceu, modelo este copiado pela maioria dos centros espíritas brasileiros, estariam felizes e satisfeitos com o rumo que tomou o movimento espírita? Se estavam do lado de Kardec, obviamente não concordariam como o rumo tomado e, por isto, caso se comunicassem, naturalmente iriam se manifestar contra o igrejismo estabelecido. Você acha que uma federação espírita de um determinado estado, um CRE, URE, AME, USE, etc... iriam acatar como verdadeira alguma mensagem que fosse de encontro àquilo que eles praticam? Nunca, jamais. Que Fenelon que nada, que Erastos que nada, Que Vianey que nada. É fascinação do médium! Estou exagerando? Estou falando da coisa diferente de como ela realmente é? Experimente, por exemplo, chegar num centro espírita que PROÍBE a evocação ou, para não se expor muito à palavra “proibir” são mais sutis em apenas dizer que “NÃO RECOMENDAMMOS” a evocação de espíritos e dizer que eles estão errados. Você pode mostrar todo o capítulo 25 de “O Livro dos Médiuns”, pode mostrar até o subtítulo que Kardec deu ao Livro, que não adiantará. Muitos vão dizer: “Mas Emmanuel diz...”, “Mas André Luiz diz...”. Outra grande realidade que vivemos no movimento espírita hoje é que o que dizem outros espíritos são mais importantes e relevantes do que diz o próprio Kardec, em que pese esses espíritos, pasmem, terem dito que se algum ensinamento passado por eles fossem de encontro ao que ensina Kardec, ou pelo menos deixassem alguma dúvida, deveríamos seguir Kardec. Outros recorrem a Léon Denis, quando diz “... Não é indispensável fazer evocações”. Ora, não é indispensável não significa que não se deva fazer e muito menos que deva ser evitada. Sei que não é fácil o nosso movimento parar para pensar nisto. Mil explicações e mil desculpas serão dadas para explicarem porque esses espíritos citados não estão mais participando do Espiritismo. Alguma coisa há e o mais recomendável seria que grupos espíritas conscientes e determinados se dispusessem, em mediúnicas, a evocarem alguns desses espíritos a fim de pedirem a colaboração deles neste campo de discussão. Tenho certeza absoluta que vários deles viriam, não tenho a menor dúvida. Agora... Cadê disposição para isto? Se é muito mais fácil e cômodo qualificar o articulista como polêmico e encerrar o assunto, deixa tudo como está pra ver como é que fica, porque tá tudo bão demais. Abração.
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