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Lenda do Loiro-Fantasma e o Gato Kiko
           
Meu nome é Luciana do Rocio Mallon, pesquiso Lendas Urbanas desde os 6 anos de idade e sempre coloco causos novos na Internet. O problema é que algumas moças escreveram mensagens deste estilo:
"– Lendas Urbanas são machistas, pois existem várias versões da Noiva-Fantasma e nunca ouvimos falar num NoivO-Fantasma.
Isto é machismo!"               
Então comentei sobre esta situação nas rede sociais e meu amigo Marco Antonio Kucek  escreveu um causo chamado: NoivO-Fantasma.
Porém, algumas mulheres continuaram reclamando e mandando recados como:
"- Seu amigo escreveu a lenda do NoivO-Fantasma.
-Mas, cadê o LoirO-Fantasma?
- O machismo continua!"                   
Para elas e aos demais leitores contarei a história chamada Lenda do Loiro-Fantasma e o Gato Kiko:
Reza a lenda, que na Curitiba do século dezenove, um costureiro efeminado chamado Kiko morava na Rua Doutor Muricy. Ele era elegante: loiro, alto, com olhos azuis e no pescoço sempre usava um lenço.
Um certo dia, ele foi assassinado na frente da sua casa e antes de morrer ele disse:
- Ainda voltarei a morar neste lugar. Afinal, sou um gato.
Anos depois, o local, onde foi esta casa do costureiro virou uma loja chamada Kisses. Lá, num certo dia de chuva, apareceu um filhote de gato malhado que foi adotado e batizado de Kiko. Reza a lenda que ele gostava de ficar na vitrine e de usar uma tiara metálica de princesa.
Porém, ao atingir a adolescência, o gato Kiko transformou-se num jovem delicado que saía nas noites de Lua Cheia para dançar nas boates GLS. Então, de dia ele era um gato com tiara de princesa na vitrine da loja. Porém, em algumas noites, ele virara um rapaz delicado.
Um certo dia, uma cliente experimentou roupas no provador e acabou esquecendo por lá sua jaqueta com o seu cartão de visitas, onde estava escrito o seu endereço.
Uma vendedora guardou os objetos perdidos caso a cliente voltasse para pegá-los.
Mas, naquela mesma noite, Kiko se transformou num jovem loiro. Assim, ele pegou a jaqueta,  o cartão de visitas da moça e foi até a sua residência.
Lá, ele apertou a campainha e falou à dama:
- Boa noite!
- Sou Kiko e a senhora esqueceu esta jaqueta na loja onde trabalho, a butique Kisses.
A moça agradeceu:
- Obrigada!
No dia seguinte, esta mesma dama entrou na loja Kisses com uma caixa de bombons na mão e perguntou:
- Onde está o Kiko?
- Tenho um presente para ele.
A vendedora apontou para o gato:
- Ali!
A cliente exclamou:
- Mas, só estou vendo um gato naquele lugar!
A balconista explicou:
- Mas, este é o único Kiko que há na loja.
De repente, surgiu outra funcionária com umas caixas nas mãos para dar a um puxador de carrinho de papel. Porém, a freguesa observou que havia uma fotografia antiga dentro de uma delas e perguntou:
- Posso ver esta foto antiga da caixa?
A vendedora disse:
- Sim.
A mulher pegou o retrato e explicou:
- Este é o Kiko que disse trabalhar aqui e que me devolveu os objetos que esqueci nesta butique.
A funcionária comentou:
- Esta foto tem mais de cem anos e reza a lenda que este era um homem que morava neste mesmo terreno no século dezenove.
Assim, nasceu a lenda do gato que de dia dorme numa loja. Porem, que de noite, vira uma espécie de loiro- fantasma.
Luciana do Rocio Mallon
 
 
 

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