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Lendas do Chá de Panela
                     
Como todos sabem, antes do casamento, a noiva faz uma reunião acompanhada de outras mulheres com a finalidade de receber presentes para a futura casa. Porém, o que poucas pessoas sabem são as lendas que envolvem esta festa.
 
Lenda Cigana:
Na Idade Média, uma caravana de ciganos montou acampamento na Holanda, perto de uma fazenda. Um certo dia, as ciganas estavam ensaiando danças, quando, de repente, um lavrador chamado Frank passou a espioná-las. Deste jeito, ele se aproximou de Laís, a cigana mais bonita. Assim, os dois passaram a ter um romance. Porém, como uma cigana não pode se casar com gadjo, o jovem decidiu levar a amada para dentro da casa dos seus pais, que não aprovaram a união e deserdaram o pobre.
Deste jeito, os dois foram morar numa gruta abandonada e sem nenhuma estrutura.
As amigas de Frank, vendo que o romance era puro e verdadeiro, decidiram fazer uma reunião com Laís com a intenção de oferecer os utensílios necessários para um lar.
Para isto, Ana, uma amiga do noivo, ofereceu a sua residência para o evento e a cigana ganhou um monte de objetos caseiros.
Após esta reunião, os colegas de Frank falaram com o padre para que realizasse o casamento dos dois e a idéia deu certo.
A partir daquele dia, surgiu a seguinte tradição: a moça que não tivesse dinheiro para comprar utensílios para o lar, teria o direito de fazer uma reunião batizada de Chá de Panela, com o objetivo de ganhar estes presentes das amigas.
Reza a lenda que se uma noiva não tiver condições de realizar um Chá de Panela com as colegas, basta orar para a cigana Laís, levar uma panela velha cheia de frutas, debaixo de uma árvore, que ganhará um Chá de Panela surpresa das amigas.
 
Lenda Americana:
O Chá de Panelas que ficou anos esquecido na Idade Média, voltou a renascer nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial. Pois, como o país entrou em crise devido a esta luta, muitas noivas ficaram sem dinheiro para comprar eletrodomésticos. Então esta tradição reapareceu com o nome de Kitchen Shower.
Reza a lenda que em 1946, Helen, uma empregada doméstica desempregada, e seu noivo perderam tudo por causa da crise americana após a Segunda Guerra. Então, andando pela rua  a procura de emprego, ela achou numa lixeira, um livro intitulado: Lendas Ciganas e em uma das páginas tinha uma história intitulada: Laís, a Cigana do Chá de Panela.
Então, após ler o conto, Helen levou uma panela velha embaixo de uma árvore e fez o pedido para a cigana Laís.
No dia seguinte, sua ex-patroa a convidou para uma reunião em sua casa. Quando Helen chegou lá, percebeu que todas as suas amigas estavam presentes e ganhou muitos eletrodomésticos.
A partir daquele dia, a reunião do Chá de Panela ressurgiu com o nome de: Kitchen Shower e virou tradição no ocidente.
 
O Fantasma do Chá de Panela:
Nos anos 90, Márcia era noiva de Paulo, mas tinha um amante chamado Anderson. Então, ela combinou de fugir com o seu amante, depois do Chá de Panela, pois queria levar os presentes junto.
O problema é que o noivo contratou um detetive particular que descobriu tudo.
Quando chegou o dia do Chá de Panela, Márcia recebeu muitos utensílios das suas amigas. Porém, após esta reunião, ela colocou todos os presentes no carro e chamou o seu amante para fugirem.
Porém, antes de entrarem no veículo, Paulo chegou e deu vários tiros nos dois.
Depois, este noivo traído, pegou o carro com os presentes e partiu para sua residência. Mas, mesmo morta, Márcia levantou-se e andou por alguns metros atrás do carro dizendo:
- Devolva meus presentes do Chá de Panela!
- Eu amaldiçôo estes utensílios!
- Se alguém usá-los, minha alma estará neles!
Após falar estas palavras, ela caiu falecida na rua de vez.
Paulo levou os carros com os presentes até a sua casa, mas depois fugiu, misteriosamente, a pé.
Então, várias amigas de Márcia ligaram para a mãe do seu ex-noivo, exigindo os utensílios de volta, já que a noiva estava morta e não teria mais casamento.
Uma destas pessoas era Cíntia que exigiu um bule de volta. O problema é que coisas estranhas passaram a acontecer depois que este objeto chegou á sua casa: o bule mudava de lugar, ás vezes ele aparecia com café no fogo sem sua dona ter colocado no fogão e de madrugada Cíntia escutava passos na cozinha.
Um certo dia, ela recebeu Vanessa, sua amiga que era vidente. Então, esta sensitiva gritou ao ver o bule e pediu para que Cíntia jogasse o objeto num rio. Após isto, o ambiente voltou ao normal em sua residência.
Outra pessoa que pediu o presente de volta, um faqueiro com talheres, foi Michele. Porém, também, depois que este objeto entrou na sua residência coisas estranhas passaram a acontecer: o faqueiro mudava de lugar e Michele passou a ter pesadelos. Em um destes sonhos ela estava num circo, onde era uma espécie de mulher-alvo encostada numa tábua de madeira. Então, o atirador jogava os talheres do faqueiro nesta tábua, que caiam bem perto de Michele. No final do pesadelo, ela descobriu que o atirador era a falecida Márcia.
Quando Michele abriu os olhos viu, que estava pendurada na parede de sua casa de madeira, com os talheres em volta. Ela precisou até da ajuda de sua sobrinha para sair de lá.
Assustada, esta mulher procurou um pastor evangélico que disse que o faqueiro era coisa do diabo e que Michele deveria deixá-lo no túmulo de Márcia. Assim, a moça obedeceu ao religioso. Mas, naquela noite, Michele teve o seguinte pesadelo: ela estava na frente do túmulo de Márcia, que apareceu e disse-lhe:
- Obrigada!
- Agora, você pode dormir em paz.
Luciana do Rocio Mallon

 
 
 
 
 

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