Art&MusicaLSlides® "Maus ricos"

Maus ricos

No Evangelho de Lucas encontramos a seguinte parbola proposta por Jesus:

Havia um homem rico, que vestia prpura e linho e se tratava magnificamente todos os dias.

Havia tambm um pobre, chamado Lzaro, deitado sua porta, todo coberto de lceras - que muito estimaria poder mitigar a fome com as migalhas que caam da mesa do rico; mas ningum lhas dava e os ces lhe vinham lamber as chagas.

Ora, aconteceu que esse pobre morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abrao. O rico tambm morreu e teve por sepulcro o inferno.

Quando se achava nos tormentos, levantou os olhos e via de longe Abrao e Lzaro em seu seio - e, exclamando, disse estas palavras:

"Pai Abrao, tem piedade de mim e manda-me Lzaro, a fim de que molhe a ponta do dedo na gua para me refrescar a lngua, pois sofro horrvel tormento nestas chamas."

Mas Abrao lhe respondeu: "Meu filho, lembra-te de que recebeste em vida teus bens e de que Lzaro s teve males; por isso, ele agora est na consolao e tu nos tormentos."

Disse o rico: "Eu ento te suplico, pai Abrao, que o mandes casa de meu pai, onde tenho cinco irmos, a dar-lhes testemunho destas coisas, a fim de que no venham tambm eles para este lugar de tormento."

Abrao lhe retrucou: "Eles tm Moiss e os profetas; que os escutem."

"No, meu pai Abrao", disse o rico, se algum dos mortos for ter com eles, faro penitncia."

Respondeu-lhe Abrao: "Se eles no ouvem a Moiss, nem aos profetas, tambm no acreditaro, ainda mesmo que algum dos mortos ressuscite."

* * *

Jesus aponta com rigidez, as consequncias de uma vida egosta.

No condena a riqueza, mas sim a atitude daqueles ricos do mundo que no sabem da responsabilidade que tm, no uso e administrao de seus bens.

Esse mau rico foi condenado aos tormentos de seu inferno ntimo - da conscincia culpada que queima feito fogo.

Esse rico que se vestia de prpura e que todos os dias se regalava esplendidamente, o smbolo daqueles que querem tratar da vida do corpo e se esquecem da vida da alma.

So os que buscam a felicidade no comer, no beber e no vestir. So os egostas que vivem unicamente para si.

e muitos lzaros se arrastam ao seu redor...

No s clamando em seus portes por migalhas de suas mesas fartas, mas por vezes dentro de seus lares, na figura daqueles que carecem de ateno e de amor.

Triste fim tero esses ricos do mundo, se no despertarem a tempo...

* * *

A riqueza no constitui obstculo absoluto salvao dos que a possuem.

Certas palavras de Jesus, interpretadas segundo a letra e no segundo o Esprito, podem trazer errneo entendimento.

Se assim fosse, Deus, que a concede, teria posto nas mos de alguns um instrumento de perdio, sem apelao nenhuma, ideia que repugna razo.

Sem dvida, pelos arrastamentos a que d causa, pelas tentaes que gera e pela fascinao que exerce, a riqueza constitui uma prova muito arriscada, mais perigosa do que a misria.

o supremo excitante do orgulho, do egosmo e da vida sensual. o lao mais forte que prende o homem Terra e lhe desvia do Cu os pensamentos.

Mas, do fato de a riqueza tornar difcil a jornada, no se segue que a torne impossvel e no possa vir a ser um meio de salvao para o que dela sabe servir-se, como certos venenos podem restituir a sade, se empregados a propsito e com discernimento.

 

Redao do Momento Esprita com base no cap. Parbola do rico e Lzaro, do livro Parbolas e ensinos de Jesus, de Cairbar Schutel, ed. O clarim e no item 7 do cap. XVI do livro O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.

Nenhum comentário:

Postar um comentário