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quinta-feira, 8 de maio de 2014
Machado de Assis e o Funk
Soube através da mídia que uma professora traduzirá a obra O Alienista do escritor Machado de Assis para a linguagem atual e coloquial. Alguns críticos acharam esta idéia uma aberração. Já outros aplaudiram a iniciativa pois, segundo eles, a tradutora deixará a obra de Machado mais acessível às pessoas de pouca cultura.
Na minha opinião, isto é massacrar a obra do autor e chamar as classes sociais populares de ignorantes. Sendo que as pessoas humildes NÃO são incapazes. Pois elas só precisam ter acesso a uma educação de qualidade para, assim, entender a obra de Machado de Assis.
Mas para os críticos azedos de plantão não ficarem revoltados comigo, traduzi a obra Dom Casmurro para o Funk:
Dom Casmurro
Capitu, Capitu, Capitu
Quem mexeu no seu caju?
Capitu, Capitu, Capitu
Quem mexeu no seu caju?
Capitu, por favor, não faça assim comigo
Até hoje não descobri se o Bento foi traído!
Capitu, você sempre foi assanhada
Com estes olhos de ressaca!
O menino chamado Bento
Foi prometido ao convento
Assim, ele ficou chateado
Pois, estava apaixonado
Pela Capitu de tranças cintilantes
E olhos brilhantes de diamantes!
Mesmo achando o destino ordinário
Bentinho foi ao seminário
Lá ele conheceu seu amigo Escobar
Os dois conversavam à luz do Luar!
Mas sua mãe depressiva, triste e arrependida
Vendo a paixão, por Capitu, correspondida
Resolveu tirar o seu filho Bento
Daquele escuro convento!
Então longe daquele tormento
Ocorreu, finalmente, o casamento
Entre a linda Capitu e o inocente Bento!
Eles tiveram um filho chamado Ezequiel
Com olhos claros e cabelos cor de mel!
Mas a criança era parecida com Escobar
Assim Bento passou a desconfiar
De uma possível chifrada
Que não podia ficar calada
Não tinha exame de DNA naquele tempo
Por isto, como sofreu este Bento!
Capitu, Capitu, Capitu
Quem mexeu no seu caju?
Capitu, Capitu, Capitu
Quem mexeu no seu caju?
Capitu, por favor, não faça assim comigo
Até hoje não descobri se o Bento foi traído!
Capitu, você sempre foi assanhada
Com estes olhos de ressaca.
Luciana do Rocio Mallon
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