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Filed Under : by Madereira
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Desce do Palco
Eu vim de um triste lugar
Onde é proibido sonhar!
Lá trocam qualquer fantasia
Por uma corrente de agonia!
Desde cedo, falaram que eu era incapaz
De tornar a minha vocação em realidade
Porém eu sentia que a minha aura lilás
Transformava-se em asas de verdade!
Na primeira vez em que pisei no teatro
Para fazer meus repentes e poesias
Um conhecido quis acabar com meu ato
Através de um grito cheio de antipatias:
- Desce do palco, neste momento!
Então, na barriga, senti um tormento
Por isto, clamei ao firmamento
Mas, não pude desobedecer
A autoridade deste ser!
A vida inteira escrevi poesias ao ar
Porque nunca parei de escutar:
Pobre não tem que sonhar
Porque precisa trabalhar!
Fui retirada do palco
Porém aprendi algo
Que palco não há só no teatro
Isto é um verdadeiro fato!
O palco pode ser a experiente rua
E a ribalta pode ser a leve Lua!
O palco pode ser o coletivo
Um ônibus vivo e ativo!
O palco é sempre onde há pessoas,
Sejam cruéis, más ou boas!
Aprendi que o palco é qualquer lugar
Basta o artista ter disposição para amar!
Até hoje eu ouço e escuto
Deste ser com espírito mudo:
- Desce do palco, neste momento, agora!
Porém, o mundo me espera lá fora.
Luciana do Rocio Mallon
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