Art&MusicaLSlides® "Estresse e Depressão"
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terça-feira, 6 de setembro de 2011ESTRESSE E DEPRESSÃO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SEGUNDO A PSICOLOGIA ESPÍRITA *Adalberto Ricardo Pessoa A Psicologia Espírita compreende a saúde mental a partir de um paradigma Holístico (ou seja, globalizante, amplo e sintetizador) bio-psico-sócio-espiritual (ou seja, que engloba as variáveis biológicas, psíquicas, sociais e espirituais, em seu conceito de ser humano integral). Sua intervenção se dá tanto em nível "curativo" (não no sentido médico ou psiquátrico ortodoxo de "curar doenças mentais", mas sim de melhorar a qualidade de vida psicossocial e ético-espiritual) quanto preventivo, e engloba também a atenção na relação ecológica entre o homem, a natureza e o ambiente. Essa resenha objetiva mostrar como esse modelo pode ser útil para nos ajudar a lidar melhor com dois grandes males modernos: o estresse e a depressão. Inúmeras pesquisas sugerem existir relação entre Estresse e Depressão, e embora historicamente ambos acompanhem o homem desde o seu surgimento no mundo, é nos últimos tempos que a civilização mais tem se submetido a situações estressoras, criando uma sociedade altamente depressiva. Corroborando essa hipótese, observamos que os Estados Unidos perdem cento e cinqüenta bilhões de dólares anualmente, com problemas acarretados pelo estresse, refletindo diminuição da produtividade, incidência maior de doenças, perdas por morte, incapacidade, e acidentes de trabalho. Nos países em desenvolvimento como o Brasil, a Argentina, e no continente africano a situação é ainda pior, devido a diversos estressores sociais como a instabilidade sócio-econômica, insegurança empregatícia e pública, corrupção, inflação, crises de abastecimento, etc. Nas grandes metrópoles, milhões de pessoas vivem juntas, submetidas aos atritos de todas as disparidades anti-sociais, sob exigências do tempo, transporte, meio ambiente, e pressões de toda espécie (Fajardo, 1997). O estresse, em si, não é "bom" nem "mau". Um certo nível de estresse é normal, e ajuda o indivíduo a enfrentar os desafios da vida. Porém, muito estresse faz com que o corpo e a mente reajam de forma desagradável, perturbando a homeostase (ou seja, perturbando o equilíbrio de funcionamento psicossomático, e portanto, do próprio perispírito). Sabemos que existe uma dialética entre o individual e o coletivo, que caminham lado a lado na história da humanidade. Assim, se por um lado, como vimos, existe uma série de fatores coletivos e sociais que determinam situações de estresse, por outro lado, é a atitude individual de cada um, constituindo a coletividade, que incrementa os estressores sociais. Pesquisas mostram que a personalidade predisposta ao estresse caracteriza-se especialmente pela (1) destacada ambição social e financeira, (2) exibicionismo, (3) liderança, (4) auto-exigência e perfeccionismo, (5) competitividade, (6) dificuldade em relaxar, (7) responsabilidade e pontualidade extremadas, (8) gosto por desafios e situações novas, etc (Fajardo, 1997). Esse perfil geral de personalidade é típico do materialista cético apegado a valores externos, mas não só dele. Na verdade, algumas dessas qualidades (não todas), quando presentes em moderação, e alicerçadas em consistentes parâmetros pessoais de ética e moral construtiva, resultam em pessoas produtivas, otimistas e eficazes. O que ocorre, porém, na maioria dos casos, é o contrário. O ser humano ainda se deixa corromper pelos exageros do egoísmo, fonte maior de inúmeras misérias, segundo Allan Kardec. Como disse Kardec, A depressão, por sua vez, é um efeito definido pela sensação de tristeza, perda da esperança e desânimo, estando freqüentemente associada a sintomas autônomos, como distúrbios que afetam o sono, perda do interesse nos prazeres usuais, distúrbios do apetite e dificuldade de concentração. Apenas um especialista (médico, psiquiatra, psicólogo clínico, etc) pode realizar um diagnóstico preciso de depressão. Quando o organismo é continuamente sobrecarregado por tensões, a reação de estresse será seguida por depressão na esfera psíquica e na física por queda da resistência imunológica, dando origem à invasão microbiana, virótica, ou mesmo, ao acometimento de doenças auto-imunes, onde o organismo passa a atacar a si próprio. Isso nos torna diretamente responsáveis pelo nosso próprio bem-estar. Alimentação inadequada (provocando azia, gastrite, diarréia, prisão de ventre, etc), atividades físicas desequilibradas, repouso insuficiente, cigarro e bebida, são todos estressores potenciais, segundo dados de pesquisas recentes, que também relacionam o binômio estresse-obesidade. O estudo do perispírito colabora para explicar como a inadequada atuação sobre a matéria biológica afeta a saúde da mente e do espírito e vice-versa. A Psicologia, o Espiritismo e a ciência, como um todo, mostram que a solução se encontra na transformação de nós mesmos, em todos os níveis, inclusive no ético-moral. Há a necessidade de determinação vital para a modificação de hábitos, acrescentando vida aos nossos dias. A chamada Reforma Íntima deve se fazer acompanhar por um processo contínuo de Autoconhecimento (ver questão 919, Em relação ao estresse e a depressão, pesquisas mostram que as técnicas de psicoterapia em grupo e programas educacionais conseguem as maiores taxas de sucesso, seguidas pela Acupuntura e as técnicas variadas de relaxamento (massagem bioenergética, Yoga, etc), e depois pela medicação alopática. As técnicas de auto-ajuda com áudio e vídeo alcançam menos resultados, mas combinações das várias técnicas citadas conseguem resultados ainda melhores, pois uma técnica potencializa a outra. Psicoterapia Individual também tem alta taxa percentual de sucesso. Exercícios físicos, cultivo do bom-humor e reeducação alimentar possuem comprovadamente, efeitos terapêuticos contra o estresse e a depressão, especialmente quando presentes em contexto interdisciplinar com as terapias psicológicas citadas. Nesse caso, abre-se espaço de atuação para outros profissionais como fisioterapeutas, professores de educação física, nutricionistas e médicos naturalistas trabalharem em conjunto. Quanto à dimensão espiritual, estudos embasados em pesquisas experimentais mostram que ao se buscar a verticalidade do relacionamento com a Providência (Deus), o estresse é modificado e administrado dentro dos parâmetros de máxima saúde e capacidade reprodutiva (Fajardo, 1997). O interessante é que esse fato é observado tanto por pesquisadores de orientação espírita, quando por pesquisadores não-espíritas. A pesquisa em ciência espírita conclui, portanto, que um serviço de orientação espiritual - coligado aos trabalhos terapêuticos citados nas pesquisas realizadas - é um procedimento complementar útil à manutenção da saúde integral do corpo, da mente e do espírito. Referência Bibliográfica Complementar Fajardo, Augusto e cols. Qualidade de vida com saúde total. Vila Prudente: Editora Health Ltda, 1997. (Pág. 403: artigo "Como enfrentar o estresse" do Dr. Irineu César Silveira dos Reis). * Adalberto Ricardo Pessoa é Psicólogo Clínico e Analista Junguiano e Transpessoal formado pela USP, Membro da Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas (ABRAPE). Fonte: Jornal "O Semeador" – maio/2002 6 de setembro de 2011
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