Art&MusicaLSlides® "Lição do Oriente"

 

Lição do Oriente

 

Nós que vivemos no Ocidente, nos surpreendemos com o comportamento do povo japonês, ante os desastres do "tsunami", do terremoto e do vazamento dos reatores atômicos...

 

Nas imagens televisivas, nenhuma mostrou gente se lamentando, gritando e reclamando que havia perdido tudo. A tristeza por si só já bastava.

 

E nas filas para água e comida, nenhuma palavra dura e nenhum gesto de desagravo. Somente disciplina.

 

Nenhuma corrida desenfreada aos mercados. As pessoas compravam somente o que realmente necessitavam no momento. Assim todos poderiam comprar alguma coisa.

 

Não se teve notícias de saques a lojas. Nas estradas, nada de "buzinaço". Apenas compreensão.

 

Os restaurantes cortaram pela metade seus preços. Caixas eletrônicos foram deixados sem qualquer tipo de vigilância. Os fortes cuidavam dos fracos.

 

Velhos e jovens, todos sabiam o que fazer e fizeram exatamente o que lhes fora ensinado.

 

Quando a energia acabava em uma loja, as pessoas recolocavam as mercadorias nas prateleiras e saíam calmamente. 

 

Mas, com certeza, um dos relatos mais impressionantes é o de um imigrante vietnamita. Como policial, foi enviado para uma escola infantil para ajudar uma organização de caridade a distribuir comida aos refugiados.

 

Era uma fila muito longa. Ele viu, no final da fila,  um garotinho de uns nove anos usando apenas camiseta e shorts.

 

Estava ficando muito frio e o policial ficou preocupado que, ao chegar a vez do menino, poderia não haver mais comida.

 

Foi falar com ele. O menino lhe disse que estava na escola quando a tragédia ocorrera.

 

Seu pai trabalhava perto e estava se dirigindo para a escola. O garoto estava no terraço do terceiro andar quando viu o "tsunami" levar o carro de seu pai.   

 

Quanto a sua mãe e sua irmã, por residirem próximos a praia, acreditava que não haviam sobrevivido.

 

O garoto tremia. O policial tirou sua jaqueta e o envolveu, abrigando-o.

 

Também lhe ofereceu a própria bolsa de comida, dizendo:

"Quando chegar a sua vez, a comida pode ter acabado. Assim, aqui está a minha porção. Eu já comi. Você pode comer."

 

Ele pegou a bolsa e  fez uma reverência. Depois, foi com ela até o início da fila e colocou-a onde toda a comida estava esperando para ser distribuída.

 

O policial ficou chocado.  Perguntou por que ele não havia comido, em vez de colocar a comida para distribuição.                 

 

Sereno, ele respondeu:

"Porque vejo pessoas com mais fome do que eu. Se eu colocar a comida lá, eles irão distribuir a comida mais igualmente."

 

Quando ouviu aquilo, o policial se virou para que as pessoas não o vissem chorar.

 

E concluiu que uma sociedade que pode produzir uma pessoa de nove anos, que compreende o conceito de sacrifício para o bem maior, deve ser uma grande sociedade, um grande povo.

 

* * *

 

Sociedade justa é aquela em que cada um deseje para os outros o mesmo que queira para si mesmo.

 

Quando os homens assim pensar e agir, teremos atingido a verdadeira justiça social, pois, a exemplo de Jesus, estaremos praticando o amor ao próximo e a verdadeira caridade.

 

3 de setembro de 2011-09-03

 

 

 

 

Texto baseado em escrito assinado por Ha Minh Thanh, que circula pela Internet e nos itens 876 e 879 de "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, ed. FEB.

 

 

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