Art&MusicaLSlides® "Amadurecer não é envelhecer"

Amadurecer não é envelhecer

*Lourenço Nisticò Sanches

 

Em momentos de nostalgia, esses pelos quais em algum momento de nossas vidas todos nos defrontamos, uma mescla de sentimentos imorredouros perpassa pela mente e, aprofundando-se ainda mais..., quiçá alcançam até mesmo o mais íntimo de nossa alma, nela se perpetuando.

Quiséramos reviver situações eternizadas em quadros que permanecem indeléveis com suas pinceladas produzidas pelo coração – ou pelo o timo, que se lhe encontra por detrás e é a base onde crê-se assentar os mais nobres sentimentos do ser humano.

Ao avançar da idade torna-se natural que essas recordações nos visitem mais amiúde e, como numa filmografia em retrospecto, cada singular instantâneo ganha colorido, emerge e adquire robustez, fazendo-se reviver – em imagem e som! O emocional é acionado fazendo-nos identificar nuances antes desapercebidas!

Impossível abster-se de proceder a reflexões, quase sempre críticas com relação a nós próprios... Questionamos: "Será que hoje eu pensaria, ou agiria da mesma forma?" Não é a rudeza que constrói, mas sim a mansuetude, o exercício da compreensão e até do perdão..., afinal ainda somos todos passíveis de falhas e desacertos. Quem nunca os cometeu?

Enfim, nosso aprendizado passa por distintas fases, consoantes com a idade física, os atrativos, interesses e motivadores vários que lhes são inerentes e peculiares em cada etapa. Vamos acumulando ao longo da caminhada, chamada vida, experiência e saber...

Não é certo que com o passar do tempo modificamos os valores, especialmente aqueles intrínsecos à nossa natureza, ao caráter, mas seguramente alteramos sua escala de prioridades.

Alguns fatos, valores amoedados, características, predicados, detalhes enfim, perdem sua importância relativa e vão cedendo lugar para outros...

Notamos que as pessoas um pouco mais maduras são, em sua maioria, mais observadoras, ponderadas e menos afoitas... ; os impulsos são substituídos pelas reflexões e a assunção de atitudes passa a ser efetivada com mais convicção, incorporando-se à maneira de ser, particular a cada um. É bem verdade que a intransigência, em muitos casos, também fica mais acirrada – o que é compreensível..., afinal resta menos tempo para ser desperdiçado.

Mas a sensibilidade parece que se nos aflora e, com ela, passamos a dar menor valor ao efêmero e maior importância ao perene: à natureza, à beleza de um dia ensolarado, ao canto de um pássaro, à companhia de parentes e amigos, a de um animal de estimação, cães... Pode-se dizer que ao ganharmos amadurecimento nos tornamos mais humanos, ou melhor, que conseguimos nos integrar mais à Criação..., como desde sempre o deveríamos ter feito...

Mas nunca é tarde, ou cedo demais para lançarmos o olhar ao nosso derredor e prestar mais atenção ao mundo em que vivemos, suas criaturas, contribuir para seu progresso, viver cada instante intensamente, amando e nos deixando guiar por esse sentimento fraternal responsável pela vida..., a vida de todos nós!

Pensemos nisso.

 

*Lourenço Nisticò SanchesConsultoria estratégica, empresarial e política – especialista em marketing, pesquisador, cronista e articulista.

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